2009-12-28

Um feliz Natal a todos os Antónios e Marias deste mundo! :)

2009-12-15

Penso que podia modificar-me e viver com os animais,
eles são tão serenos e reservados,
Quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
Alheios por condição a queixas e fadigas,
Não estão acordados de noite a chorar os seus pecados,
Não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
Nenhum está descontente, nenhum endoideceu com a
mania de possuir bens,
Nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
Nenhum é respeitável ou infeliz para o Universo inteiro.

Walt Whitman
querezz ber, querezz?

Atão bota a zportb!

2009-12-11

País, ainda e infelizmente, de "toinos"

Óh António! Imagina que te deitas às 7 da manhã e acordas às 9 e meia; que abres os olhos como se as pálpebras, entre elas, tivessem um fecho; que ligas a televisão e encontras isto, que vês isto com o entusiasmo de quem viaja ao Portugal profundo do tempo da outra senhora; que desligas a televisão e, após o banho, vais trabalhar.

Já viste António?!?

Óh António, dá-me um consolozinho se faz favor. Vai lá e fode a gaja caralho! Eu ajudo-te com o processo em tribunal...

She hate me

  • Deu ontem na televisão.
  • É do Spike Lee.
  • Humor fora de série.
  • Argumento extraordinário.
  • Filme político.
  • Fotografia, às vezes, muito boa.
  • Recomenda-se.

(ou será que já só consigo gostar de filmes que não são obras primas quando os vejo, por acaso, na televisão?, tipo problemas de expectativas e "cenas"...)

2009-12-09

Insónia

Vais para a cama, apagas a luz, tentas dormir, não paras de pensar, discursas sozinho, acendes a luz, apagas a luz, fumaste uns charros, não devias, não paras de pensar, rodopias na cama, bates com o cotovelo na mesa de cabeceira, entornas o copo, acendes a luz, a água cai na ficha, não tens nada ligado na ficha, olhas para a ficha, percebes a ficha, empuras a ficha para o lado com um pedaço de madeira, não é condutor, pensas, mas pode sê-lo, alvitras, olhas para a ficha, cismas com a ficha, deixas-te hipnotizar pela ficha e, quando tudo acaba, ligas o computador na ficha e escreves esta merda.

2009-12-06

Luzinhas e coisinhas

Acabei de chegar à minha terrinha natal na província plantada, vindo de uma grande capital europeia.

Conclusões?

A minha terrinha natal na província plantada gasta mais dinheiro em iluminação de natal do que uma grande capital europeia...

Podria chegar a mais conclusões, mas esta é por si só uma breve resenha sintomática de todas as outras...

A insustentável sustentabilidade do ser

Quando, nos momentos de desnecessidade intelectual, dou comigo a pensar no estado do país, chego a enigmáticas conclusões…
Deparo-me com uma nação em que um terço das pessoas, mediata ou imediatamente, trabalha para o estado, sejam eles funcionários públicos, quadros de institutos públicos, empresas municipais, associações, fundações, ou políticos propriamente ditos.
O outro terço é constituído por alguns “mileuristas”, mão-de-obra qualificada e esclarecida, obrigada a trabalhar o suficiente para não ter tempo de pôr o sistema em causa e a ganhar apenas o quanto baste para alimentar o predecessor terço e as próprias empresas que lhes dão trabalho.
Quanto aos demais, técnicos de construção civil afortunados pelo facto de poderem desfrutar da mine enquanto trabalham, desempregados, pobres e oprimidos, inválidos e reformados…

Haverá talvez uma pequena minoria que produz realmente algo… São eles os operários das empresas cujo tecido económico está desajustado às regras do mercado e, por isso, desempregados em perspectiva. E aqui, naturalmente, incluo os agricultores.

E depois, continuando a gozar das possibilidades que o ócio me traz, uma vez que sou um dos últimos profissionais liberais deste país, minoria nem sequer quantificável, pergunto a mim mesmo:
*Será que o estado pode alimentar o estado?
*Será que um país pode prosperar sem produzir nada?
*Será que amanhã vamos ter o que comer?

À primeira pergunta respondeu-me o valor do actual défice orçamental, à segunda respondeu-me o valor do actual défice da balança comercial e à terceira, quiçá, responder-me-ia o valor do actual défice da pirâmide etária.
No entanto, à cautela, e não querendo acreditar no raciocínio falacioso de quem diz que, como seremos menos, haverá mais para todos, vou-me fiando mais nas palavras de Garcia Marquez e do seu coronel, aquando da pergunta de sua mulher sobre o que iriam comer amanhã:
Comeremos merda meus caros!!!

Ps: Parece que a criminalidade subiu 16% nos últimos dois anos, o que, embora se revelando positivo para o meu labor, uma vez que faço parte dos que não produzem nada, me obriga a retirar uma ilação de tudo isto: Quando as pessoas não tiverem o que comer, ninguém acredite que elas vão trabalhar ou sequer seguir os passos do coronel… Nesse sentido justifica-se uma adenda ao que acabou de se dizer:
Comeremos o que roubarmos meus caros!!! (e não é o que já fazemos?)

2009-11-16

Da democracia


Se há algo que me agrada no estado de sítio em que se encontram as democracias ocidentais, mormente a portuguesa, é a capa da visão desta semana!
Com efeito, ensinar a todos as boas maneiras de corromper e ser corrompido é um exercício democrático de vital importância e visceral civilidade!
De hoje em diante, meus caros, não serão só as "varas de godinhos" a chafurdar nos métodos ilícitos de enriquecimento. Todos nós, suinídeos ávidos de engordar o odre, nos poderemos deleitar à moda dos grandes!
E se a democracia tem como principal matriz o princípio da igualdade, então a visão é o panfleto oficial do sistema! E bem melhor que "a lição de Salazar"!...

2009-11-05

Cogumelices, que é como quem diz, micologisses...

O cogumelo que se vê em cima é um frade, o único cogumelo que sei diferenciar com certezas e que, em miúdo, colhi inúmeras vezes com o meu pai. Têm três traços característicos que o tornam facilmente identificável, a saber: O anel em volta do caule, a textura da parte superior e o facto de aparecerem sempre aos pares. Quando envelhece torna-se castiço e bastante grande.
Atenção, é muito parecido com outro, que também tem anel, e apenas se distingue dele pela textura da parte superior, a qual apenas com a experiência se aprende a identificar.

Mas porquê falar de frades? É que antigamente havia disto às dúzias e bastava rondar um pinhal para apanhar facilmente uma cesta deles... Hoje em dia não é bem assim... De qualquer forma, já vi cinco este ano, mas preferi espalhar-lhes os esporos para colheitas vindouras do que comê-los... Pode ser que para o ano se faça um arrozinho de frades!


Quanto a estes, a coisa é bem diferente... Há muitos anos que não via um e, também este ano, há cerca de três dias, vi um par deles... Uma das imagens mais antigas que tenho da infância é a de estar circunspecto a olhar para um "bicho" destes, gigantesco, quase que hipnotizado com a sua beleza. Lembro-me bem do pânico que o meu pai teve quando me encontrou a adorar o dito e de me dizer que aquilo era a coisa mais venenosa que existia. Ainda hoje recordo o exacto local onde ele estava e, de cada vez que lá vou, passa-me essa imagem pela cabeça.
Quando era já adolescente, dizia-se que havia uns cogumelos vermelhos com pintas brancas, cujas mesmas davam um "grande mocão", embora nunca tenha acreditado muito nessa hsitória, até porque do mocão à morte às vezes a distância não é grande...
Mas fiz umas pesquisas e posso, com alguma certeza, apresentar-vos este cogumelo como sendo o "Amanita muscaria", ou agrário das moscas.
Aqui, uma perspectiva temerosa e aqui a possibilidade de o comprar para levar de "viagem"...
Qualquer dia colho um para levar nas férias do próximo ano... ;)

Uma abóbora de respeito

Amândio da Conceição gosta de cultivar o seu quintal. Couves, batatas, alfaces, entre muitas outras variedades, nascem e crescem. Porém, nada como o que aconteceu recentemente. Numa sementeira normal de abóboras, alguns dos exemplares começaram a crescer, a crescer, e, quatro deles atingiram proporções fora do normal. A mais pequena, cerca de 48 Kgs, e a maior (que a foto mostra), com 56. Questionado se o tratamento dado tinha sido diferente, refere que foi uma sementeira normal, "lancei as sementes à terra, remexi a mesma, nasceram, cresceram... e deram este resultado". Questionado sobre o destino a dar às mesmas, refere que alguma será para consumo, mas a maior parte destina-se "a alimentar os porcos que crio". Após as couves de Alberto Afonso e Jaime Levita e o nabo do Xico Pereira, mais um "fenómeno" surgiu em Retaxo.
In: Jornal "Povo da Beira", 20 de Outubro de 2009
Palavras para quê? O Amândio gosta de cultivar o quintal com'ó Cândido, o Jaime levita e o Xico Pereira é um nabo! Só podia acontecer "em" Retaxo! É quase com'ó menino, que nasceu "em" Belém!
Enfim, pérolas a porcos..., ou abóboras a porcos, que é quase o mesmo...
Curiosos nós que cavamos os sulcos do existir
para neles semear a própria vida que morremos
Curiosa a vida (?) de quem não cava nem semeia
Curial o espírito
Cordial'mente'(ira)
Ao nascer fora ensinado a jogar a bisca pelos melhores. Sabia de antemão os trunfos que restavam e os pontos que faria, pelo que, com alguma naturalidade, irremediavelmente saía vencedor de todas as partidas. Era um jogo simples, mas talvez a catapulta para algo maior, futuro adivinhado, pensava, nos momentos de prestidigitação...
Cedo se fartou de um jogo tão banal e, cedo também, deu os seus primeiros passos no xadrez, que todos lhe apregoavam como máximo estádio no que à arte de jogar diz respeito. Aprendeu vários movimentos e, calculando as jogadas com léguas de antecedência, rapidamente se tornou um exímio jogador, capaz de destronar os melhores e mais experientes adversários dos seus faustosos tronos.
Algures a meio do seu existir, fartou-se de frívolos raciocínios sistemáticos, repetidamente destinados ao mero entertenimento. Foi então que decidiu jogar o jogo da vida.
Iniciou-se nesta arte como se iniciara nas predecessoras, tentando, primeiramente, descobrir as regras, para depois, pensava, definir as estratégias que o ajudariam a contorna-las. Inesperadamente, descobriu que agora jogava num interminável campo sem balizas ou linhas de fundo e que o cardápio do existir era mais extenso e longo que os anos que lhe restavam.
Deixou-se de jogos e, pela primeira vez desde que nascera, viveu!

2009-11-02

Para lá de ter descoberto que no continente há gaufres que, aquecidos no micro-ondas e apimentados com mel, são tal e qual os do tasco na Rua dos Pescadores da Caparica; e ter já experimentado o meu "acessório abre-regos" que, ao contrário do que se possa inicialmente pensar, é uma coisa "muito de homem",
(e claro, sem ousar entrar por assuntos futebolísticos - esse pessoal que liga à bola é mesmo anormal...)
posso considerar que o facto de os ídolos terem reaparecido na televisão é um fenómeno de curial importância no que à vivência do dia a dia diz respeito!
Senão vejamos:
Ken li ulibúlibúláuchu e fonemas afins adocicam o serão de qualquer um. Tudo isto condimentado com demonstrações de virilidade envergonhadas por parte de indivíduos com a mania do abre-regos (neste caso acessório que "não é de homem") e sensíveis seres cientes do seu incontestável valor lírico, que é como quem diz "para que é que servem os galos se temos disto", ajudam a que um qualquer indivíduo adormeça com os níveis de dopamina em alta!
Entremeando a questão, vale sempre a pena ver que A canta muito bem mas tem um look bera e que B é lindo de morrer embora não lhe restem fenêtres na casa...
Sintetizando: Como é bom viver neste Portugal de intelectualidade profícua! Como é bom ser um asno no meio das mulas, chegar à noite, dormir, sem vitinho nem nada, e acordar sabendo que se sabe o mesmo que ontem menos o que se esqueceu!

2009-10-15

Algures na interioridade disse um dia o poeta: "nunca me visto de branco porque pareço um perna de pau"!
Só me interrogo acerca do significado que esta pérola do raciocínio dialéctico teria no nosso bem amado Roberto Leal...

2009-10-11

Invasão de juncos

É de mim ou está a mesmo a acontecer um invasão de juncos em Portugal?
Agradecem-se testemunhos que o comprovem ou me internem.

2009-10-01

Carta a um gnú

Estive quase para escrever um poema..., ou qualquer coisa parecida a esse conceito. Até já tinha a frase inicial compostinha: "É visível o grito dos surdos que ecoa no vale da ignorância".

Ok, já passou..., tá tudo bem... Tudo fofo! Adiante...

A minha bela vida:

-Tenho o carro a fazer um barulho que parece que vai explodir (a verdade é que a situação já se prolonga há 4 meses e o carro continua a andar), sem stress, mesmo à português...
-Ando consumido por ideias de roubar dinheiro ao estado, só hoje a brincadeira já vai em €535 (os dois euros de despesas nã contam, uma vez que, para tal, gastei duas folhas de papel e tinta da impressora...).
-Tenho que acabar o muro de pedra por cima do tanque num futuro muito próximo, senão já planto a vinha e semeio a relva muito tarde.
-Não sei se hei-de ir a Amsterdão em Novembro ou no ano novo, mas a verdade é que já fumava um charro...
-Acabei O Retrato de Dorian Gray do Wilde e comecei O Avesso do Direito do Camus, a seguir leio mais dois do Camus, um do Stig Daggerman e outro do Pacheco e acho que já chega de letras até ao fim do ano...
-Gostei do Cândido pá!

A ver se nos embebedamos, oh fiel leitor e co-escritor deste blog!!! :)

E pronto, está a semipública correspondência feita!

Grande abraço!

Anda por aí tudo em pulgas por causa das palavras do líder da bancada parlamentar do psd. Tudo bem..., diz umas coisas giras, tem modos de avozinho, boa fonética para se imitar e jeitos tresloucados de senilidade, o que sempre se apresenta como indubitável argumento para a sátira e a boa disposição que dela emana.
De qualquer modo, convém lembrar que esta semana já choveu, o que em muito ajudará ao cultivo das espécies forrageiras!
É que o mundo até pode andar de pernas para o ar, mas há que definir prioridades...

Civilização

"(...) no campo, quem quer que seja pode ser boa pessoa. Lá não existem tentações. Por esse motivo é que as pessoas que vivem fora da cidade são totalmente incivilizadas. A civilização não é de modo algum fácil de se conseguir. Há apenas duas maneiras possíveis de a alcançar. Uma é através da cultura, a outra através da corrupção."
In: O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde
Pondo de parte a premissa de que no campo não existem tentações,hoje por demais afastada da nossa sociedade global, parecem-me muito interessantes as mediatas considerações sobre o conceito de civilização.

2009-09-24

Livros antigos

Os livros antigos são giros (ponto). Mesmo que técnicos, encerram sempre uma panóplia de dissertações sobre temas de cultura geral e pensamentos filosóficos. Se houve coisa que se perdeu com o advento da especialização e da tecnocracia, foram aqueles livros que, capazes de tratar um tema a fundo, sempre nos iam presenteando com esparsas considerações sobre a vida, a história, a filosofia...
O humanismo está morto, mas fazem falta os livros técnicos entremeados de romance, de histórias, de meditações... Eram bem mais agradáveis!

Pensamentos para trincar e digerir

"A auto-recriminação é um luxo. Quando nos auto-censuramos, temos a sensação de que mais ninguém tem o direito de nos censurar. É a confissão, e não o sacerdote, que nos dá a absolvição."

In "O Retrato de Dorian Gray" - Oscar Wilde


"As nações, como os individuos, uma vez reduzidos à pobreza, com difficuldade se subtrahem á escravidão."

In "A agua, compilação dos principaes elementos de geologia para o descobrimento dos mananciaes aquaticos" - D. Santiago Garcia de Mendoza.

Ps: Pode parecer um bocado freak o título do último livro, cuja edição de 1866 adquiri via internet, por um preço proibitivo... Mais freak é a frase nele contida, que encerra demasiada filosofia para um livro técnico. De qualquer modo, vamos vivendo a vida como poetas obreiros e, no espírito de fazer pelas próprias mãos uma mina de água como "os antigos", informamo-nos cientificamente com as suas receitas académicas. E depois? É melhor que gostar de meninos pequeninos!!!

2009-09-23

Cidadania

Analisando a minha vida nos últimos anos, terei dúvidas que possa ser considerado um cidadão exemplar, ou até mesmo um cidadão na verdadeira acepção da palavra...
Com efeito, o meu bilhete de identidade caducou em 2007, o meu cartão de eleitor esté perdido desde a última e primeira vez que votei (em noventas e tais no referendo do aborto e da regionalização) e cartão do serviço nacional de saúde é coisa que não tenho e nunca tive...
Chego a indagar-me sobre a substância da minha qualidade de cidadão, sendo que me considero mais próximo de um apátrida do que de um indivíduo de nacionalidade portuguesa...
O senão de todos estes acolhedores incidentes burocráticos reside apenas no facto de ter cartão de contribuinte e ser obrigado a pagar impostos, situação que penso resolver positivamente no próximo ano, abrigando-me nos conceitos de "mínimo de existência" e "prestação de serviços a uma única entidade", neste caso o estado, com vista à minha efectiva tributação nula...
De todas estas situações advém-me um problema maior, ainda que com poucas consequências... É um facto que nunca ninguém me deixará fazer o cartão de cidadão sem exibir o de eleitor e o do serviço nacional de saúde, o que implicaria para mim uma travessia no deserto de algumas secretarias altamente Kafkianas, tais como as dos hospitais ou juntas de freguesia.
Ainda assim, só vejo uma vantagem em ter o cartão de cidadão: Não ser multado pela brigada de trânsito, vantagem essa que rapidamente dirimi ao observar empiricamente que os sujeitos bonacheirões da boina verde se desfazem em sorrisos pela mera apresentação da minha carta de condução e, mormente, pela alegação da minha qualidade profissional, sendo certo que me perdoam cronicamente a multa.
Isto apenas para concluir que votar, nestes dias pós-péricles do contexto democrático actual, não é uma vantagem para ninguém, antes um tortuoso e inútil aborrecimento...

2009-09-21

Outra vez, Linda de Suza

Essa grande senhora da valise en carton, que assombrou as infâncias dos que, como eu, tiveram o privilégio de ainda nascer na década de 70, voltou aos ecrãs de televisão para uma reportagem na SIC.
Pérolas senhores! Pérolas!
Entre lambidelas do cão fofo que é a sua única companhia, passando por recordações de tomates gigantes que guarda do seu Portugal, Linda relembra efusivamente momentos como aquele em que, com Mário Soares de um lado, Jacques Chirac do outro e ela a meio, brilhou para o mundo da política. Até se recorda a senhora de ter deixado de ir a um jantar na câmara de Paris só e apenas porque a sua cabrinha tinha acabado de dar à luz!
Esta mulher que chegou à humilhação de gravar com um grupo rap de luso-descendentes, é hoje uma criatura que conta tostões e se diz enganada... Com uma reforma de €1800 (mil e oitocentos euros) vive miseravelmente e apelida essa quantia de esmola, comparando-a à sopa dos pobres...
Sim Linda, tu mereces mais!!!
O vídeo está aqui!

2009-09-20

Gosto de ouvir falar de amor nas esplanadas de Lisboa. Mistura-se o inglês ladrado em pronúncia alemã, com a ponte, que ao fundo, dá a um imprudente turista a ideia de uma cidade dócil, civilizada, constantemente ligada ao resto do mundo que se permite filtrar. A puta da ponte não liga; limita-me o mundo.

2009-09-09

Mim tipo coiso

Fui, em tempos, eu próprio.
Hoje não sou o que fui em tempos.
Hoje, não sou eu próprio?

2009-09-04

Vício

Para quem tenha conta no yahoo: http://uk.games.yahoo.com/online-games/card/games_canasta.html

2009-09-01

"25.03.2009 - 18h56 - Ana Menezes, porto
eu fumo chamon de vez em quando. Nunca ando com stresss sou licenciada e tenho muita responsabilidade laboral. A minha mãe coitada anda com anti depressivos agarrada e deprimida. é a vida...as gerações dos 50 andam mergulhadas em comprimidos das farmaceuticas que manipulam o mundo. Já lhe disse para fumar e deixar os anti depressivos.... mas não acredita em mim...só no psiquiatra FDP!"
E o que é isto, perguntáis vós, criaturas sem amor à pestana?
É um comentário de uma criatura a uma notícia do público, na qual se falava de um estudo, segundo o qual os fumadores de marijuana tinham mais 70% de probabilidades de contrair cancro dos testículos do que os não fumadores.
E o que é que eu acho disto? retorquis vós, intrigados...
Não acho nada..., aliás, acho giro, o comentário...

Bucólica ordinarice...

"Sinto-me orgulhoso por ver que possuo um coração capaz de sentir essa inocente alegria do homem que põe sobre a mesa a couve que ele próprio semeou, e que não só goza de vê-la, como também recorda ao mesmo tempo os belos dias que passou a tratá-la, a linda manhã em que a plantou, as amenas tardes em que a regou e, finalmente, o prazer que sentiu de a ver crescer e engrossar!"

in: Werther, de J.W. Goethe

Em jeito de comentário, não nego que sinto prazer ao vê-la crescer e engrossar!

2009-08-24

Deitei-me por volta da meia noite e acordei à uma e meia da manhã com o barulho dos carros que passavam, de estereofonia à solta, entoando clássicos dessa pútrida banda que dá xutos (suponho que na veia) e pontapés (tralvez na gramática?)...

De tão furioso que estava, peguei no Jogador do Dostoiévsky e li-o numa penada, prontinho para o banho às oito da matina.

Recordo uma ideia: É sabido pelas pessoas inteligentes que o cerne da amizade reside exclusivamente na humilhação...

Este Dostoiévsky tem rasgos de pura genialidade. Se fosse o Rui Costa contratava-o já para o Benfica!

2009-08-22

Dos regimes socialistas e da sua génese

Explicando de forma pormenorizada o que pretendi dizer e até porque agora nos tratamos na terceira pessoa o que, inequivocamente demonstra alguma da minha irascibilidade benfiquista, passarei a alongar-me na questão da falta de produtividade associada aos regimes de nacionalização do capital.

Repare no seguinte exemplo:

O trabalhador A demora 2 horas a produzir uma utilidade económica, enquanto que o trabalhador B demora 4. Numa situação destas, aplicando o princípio socializante, digamos assim, que perfilha que cada qual trabalhe consoante as suas capacidades e a cada qual seja atribuído o que lhe impõem as suas necessidades, teremos que:

1- Ambos os trabalhadores trabalharão incessantemente.

2- Mesmo que ao trabalhador A lhe sobre tempo por já ter saciado as suas necessidades terá que continuar a trabalhar para perfazer as dos restantes (os menos produtivos).

3- Mesmo que o trabalhador B não produza o suficiente para fazer face às suas necessidade, as mesmas seriam sempre preenchidas pelo trabalho alheio.

Digamos que, numa sociedade em que o capital seja nacionalizado e em que, digamos, a lei do menor esforço esteja vedada por imperativos sociais, a meritocracia estaria sempre arredada. A não ser que aos mais produtivos se atribuísse uma qualquer condecoração meramente simbólica, obrigando-os ainda assim a dispor do super-avit laboral de que dispõem para satisfazer as necessidades alheias.

De qualquer modo, repare, as definições que aponta de meritocracia, são apenas explanações psicológicas do conceito que, de modo algum, traduzem o seu cerne político, já que é de um regime social que tratamos.

Posto isto, veja mas é se acaba com as suas silvas em 3 ou 4 dias, que eu, por mim, acabaria com elas numa tarde! :)

Grande abraço! :)

2009-08-21

Das muitas coisas que aprecio no Benfiquismo, a sua forma contagiosa de irascibilidade (por ventura maior que a da própria gripá) com que presenteia quem dele padece, é seguramente aquela que mais me diverte.

Dito isto, e abandonando os temas papoilo-saltitantes, gostaria de dizer-lhe o seguinte:
Tenho dúvidas que seja uma verdade incontestável que “em regime de liberdade dos mercados, uns e outros vão moderando as suas ambições, por forma a encontrarem um ponto de encontro que torne possíveis as suas compras e vendas”. Precisamente porque se mantém subjacente à sociedade e, quanto a mim, virtualmente indissociável da sociedade, a lei do menor esforço, porventura ligeiramente distinta do princípio hedonista que ao prazer contrapõe o sofrimento e não o trabalho. Ainda assim, na substância estamos de acordo.

E estamos de acordo precisamente porque a lei supracitada, a tal que considero subjacente e eventualmente indissociável da sociedade, está também subjacente a ambos os significados que atribuí ao conceito de meritocracia.

Se quiser, por outras palavras, os significados de meritocracia expostos traduzem por um lado, [1] a vontade da aplicação da meritocracia face à impossibilidade da (desejada) aplicação da lei do menor esforço e, pelo outro, [2] a inconsequente defesa da meritocracia como meio de alinhamento social uma vez que a lei do menor esforço é aplicada mas não pode ser assumida.

Dispenso-me a comentar a sua razão inversa que, confesso, não consigo descodificar.

Quanto à questão bibliográfica, gostaria apenas acrescentar anchovas.
"(...) o princípio hedonístico, ou lei do menor esforço, insere-se frequentemente nos quadros económicos. Mas a sua raíz é psicológica, traduzindo a tendência do homem para obter a maior soma de satisfações com o menor sacrifício possível. As próprias leis da concorrência e da oferta e da procura, situadas no centro das teorias económicas, constituem ainda reflexos da tendência psicológica hedonística. Os vendedores procuram vender aos mais altos preços. Os compradores querem comprar aos mais baixos preços. Em regime de liberdade dos mercados, uns e outros vão moderando as suas ambições, por forma a encontrarem um ponto de encontro que torne possíveis as suas compras e vendas. (...)" in Economia Política - Soares Martinez, Almedina 1996, págs. 35 e 36.
"A susceptibilidade dos bens económicos satisfazerem necessidades designa-se por utilidade." in op. cit. pág. 105.
Analisando o conceito de acto de produção, temos que: "(...) constituirá acto de produção aquele que trone um objecto útil, ou aumente a sua utilidade. É um acto de produção, do ponto de vista económico, o acto criador de bens desejados, o acto criador de riqueza." in op. cit. págs. 400 e 401.
Nesse sentido, a meritocracia está para os produtores de utilidades económicas na razão inversa em que a falta de produtividade está para os defensores de sitemas autoritários (vulgo socialistas) baseados na nacionalização do capital...
Quanto ao conceito de meritocracia, apenas acrescentar que a bibliografia do "pastor" é medíocre e errónea, embora neste momento não consiga encontrar os meus volumes de ciência política do Sr. Jean Touchard, de forma a lhe poder dar um bom safanão nas orelhas... Que é como quem diz, vai às cabras pá e não chateies! :)

2009-08-20

Meritocracia

Meritocracia, [1] s. f. Forma de gestão defendida por quem está ciente da sua inaptidão social para atingir os seus objectivos de carreira com recurso ao mínimo de trabalho; [2] s. f. Forma de gestão socialmente defendida por quem, sendo socialmente apto para atingir os seus objectivos de carreira com recurso ao mínimo de trabalho, está ciente da importância social de o negar.

2009-08-19

Quando se vai ao cinema sem expectativas, às vezes o filme, que até nem é grande coisa, fica gravado na memória. Quando se vai ao cinema com expectativas, só as obras primas podem satisfazer... É uma espécie de bipolaridade gustativa...

Ontem fui ao cinema com expectativas... saí de lá a entoar mentalmente a música do Marco Paulo... e não foi bom...

2009-08-13

Recordações da adolescência

Fui um aluno bastante bom até aos meus 14, 15 aninhos, altura em que, tendo-me apercebido que a cerveja era bem mais eficaz que a água e que o papel não servia só para escrever, mas também para criar canudos com verduras lá dentro, passei a ser um tanto ou quanto displicente no que aos meus estudos diz respeito.
Recordo com especial saudosimo a disciplina de latim, que amei desde o primeiro momento. Aliás, ainda hoje não percebo como alguém poderia considerar tal disciplina entediante, ou até mesmo difícil... Lembro-me que tinha aulas de duas horas, das quais saía cronicamente ao fim de cinco minutos, com vista à requisição de um dicionário na biblioteca, bastante semelhante ao que deixara em casa por conveniente lapso. Por ironia do destino, apenas aparecia a cinco minutos do fim da segunda hora. O latim era fácil, pensava eu...
E era!, senão vejamos:
- O teste das duas melhores alunas rodava sempre até ao meu lugar...
- A tradução de português para latim, não encerrava qualquer segredo, que é como quem diz, "traducione per latini, segredus nenhumo encerae". Aliás, no que a este capítulo diz respeito, sempre me achei dotado. As coisas fluíam, sei lá... Talvez daí o meu desdém por aqueles cromos que se fartavam de magicar declinações... Declinações?!? Raio de merdas... Para que é que isso é preciso, quando o nosso instinto é por si só declinatório?!?
- No que diz respeito à tradução de latim para português, recordo com especial carinho o episódio em que, no exame nacional de décimo segundo ano, escrevi a prodigiosa frase: "O ervilha levava a bala na bandeja de prata, para que, com ela, os cães enjaulados desfrutassem." Tá-se mesmo a ver que isto é coisa para Homero dizer, não? O 3,4 que me atribuíram, após esforçado recurso no qual a minha própria explicadora se recusou a colaborar, lá deu 4, o que, aliado à minha frondosa média interna de 12, serviu o mágnifico desiderato do belo do nove e meio!
E tudo isto para enunciar uma magnífica asserção:
Serei eu um nato macho latino?
(ou pelo contário um mero dançarino?)
Nos próximos capítulos: Peter plane pane foge da polícia, montado numa scooter com mais dois gajos tão ébrios como ele, à vertiginosa velocidade de 40 kh, acabando por ter um acidente na gravilha que se encontrava na estrada.

Lirismo

Tem cuidado com a vacança, óh senão cresce-te a pança!

enunciação não taxativa

O que mudou a seguir às férias:

-Finalmente faz calor a sério (ena!, que bom que é ser pessoal da segunda quinzena do mês da matrícula amarela!).
-Sinto-me fofo, que é como quem diz, "não percas uns quilos não, que qualquer dia nem com as costas podes...".
-Tenho vontade de acordar cedo e ir trabalhar (coisa que, quase aposto, apenas durará entre 2 dias a 2 semanas...).

O que não mudou a seguir às férias:

-Continua a dar uma série sobre strip na sic.
-Ao contrário do que inicialmente pensara, após ter lido as cidades invisíveis, não me sinto uma pessoa melhor (facto que prestigiditei após a leitura das primeiras dez páginas, ou "que trampa de livreco").
-Vivo num sítio de merda, com pessoas feias e asquerosas, que, de cada vez que dizem algo, me fazem lembrar ornitorrincos regorgitantes, embora, ainda assim, me sinta feliz por, vivendo neste cú do mundo, ter um sítio onde cavar e cultivar os meus enormes tomates!

2009-08-10


2009-07-29

E se, de repente, acordássemos e este mundo fosse uma MERITOCRACIA?

Boas Férias! :)

2009-07-27

Um gajo está na cama..., certo. Depois dá umas voltas e tal, vai-se encostando e coiso e chegando o lençol acima e abaixo..., certo. Até que dá por si lúcido e, uma fracção de segundo antes de se consciencializar de que tem que ir trabalhar, remói nas profundezas do cerebelo uma ideia, um conceito, uma palavra... Via de regra, sou assim quando acordo. (E depois, deves de pensar que és especial óh estúpido?!? - Tá caladinho que ainda não acabei!)
Não teria falado neste assunto se, hoje, ao acordar, a ideia, conceito, palavra (se é que lhe podemos chamar algum destes substantivos), não fosse um pouco fora do normal... Simplesmente, o facto de ter acordado com a palavra "atavalho" na ponta dos dentes, deixou-me um tanto ou quanto curioso e intrigado....
Atavalho?!? - perguntáis vós... Vós e eu, até porque nunca tinha ouvido o dito e muito menos sabia o que significava...
Chegado ao posto de trabalho, mesmo antes de começar a trabalhar (coisa à qual confesso, ainda não me dediquei hoje, tal a estupefacção que o preteritamente referido cerebelo encerra), procurei nessa dádiva da natureza cibernáutica, vulgo periberam, o significado de "atavalho" e, para o maior dos meus espantos, tal palavra não existe... Clama..., pode existir, pode ainda ser um qualquer arcaísmo, um fonema esquecido pelo tempo, ou até mesmo um termo apenas existente num qualquer dicionário de filosofia... De qualquer modo, e para que a coisa tenha o seu interesse, vamos fazer de conta que não existe mesmo e que apenas se trata de um qualquer recalcamento da minha existência, expressado de forma ternurenta ao acordar para a vida numa segunda-feria de manhã.
Posto isto, o que é um atavalho?, perguntáis vós novamente...
Ao que tenho que responder várias coisas, designadamente:
1ª- Foi o meu cerebelo (coisa não fungível atente-se) que num toque de magia descobriu a palavra e não qualquer outro.
2ª- Dado esse facto é, naturalmente, a mim que cabe decidir o seignificado do termo.
Pelo que, passo a enunciar uma série de raciocínios que esbocei com vista a esse tão querido desiderato:
1º- Um atavalho tem o seu quê de rural, pelo que seria pertinente que se refeisse a um molho de couves atado com rama de lentisco seco.
2º- O fonema alho sugestiona a coisa de fazer chichi, o que nos pode transportar para universos bem ordinários e que, por isso, não explanarei.
(...Acabaram-se as pilhas, tenho que trabalhar e isto não interessa a ninguém, se alguém quiser que dê sugestões, não sei se algum dia voltarei a este assunto...)

2009-07-23

Der stand der dinge

Para além de me ter voltado a viciar no civilization e no sim city e de me terem roubado o veículo, a vida corre-me bem! Com efeito, ofereceram-me uma caixa de deliciosos pêssegos, que tenho devorado exaustivamente durante os últimos três dias, os quais têm, efectivamente, constituído a base da minha dieta alimentar. Para mais, já há jogos do benfica na televisão e a depressão futebolística, como fugazmente acontece em todas as pré-épocas, desinstalou-se, dando lugar a uma euforia de campeões antecipados, que, embora sabendo que não durará, aproveito enquanto posso! Li dois livros esplêndidos na última semana: O velho que lia romances de amor do Sepúlveda e A queda do Camus, o que sempre dá para passar o tempo de forma satisfatória. Tenho feito a vida negra ao Rui (esse grande marco da minha existência) e, desde há quatro dias para cá, estou-lhe a ganhar "doisazero"! A juntar a tudo isto, para a semana, se não me furtarem o veículo que me resta, planeio ir de férias, o que me apraz! Pelo que, à guiza de conclusão, posso bem dizer que tenho sido feliz! E gosto! :)

2009-07-18

Quizilol evangelista

Tenho sentido a vocação e o chamamento do Senhor.

Primeiro foram os dois jovens Mormons que me abordaram na rua. Recordo-os, de início, sorrisos rasgados, peito esticado, mãos estendidas e um “Boa tarde, o senhor é religioso?”. Disse que não, mas dei-lhes bola. A abordagem é simples: fazem duas ou três perguntas chave, deixam o transeunte falar, direccionam a conversa e presumo que normalmente rematarão com a conclusão previamente estudada. Perguntaram-me sobre o objectivo da vida, sobre a vida para além da morte, sobre a existência de Deus e eu, respondi. Tentei não ser muito maçador mas, tal como se esperava, eles lá acabaram por seguir a sua vida e eu fiquei ligeiramente frustrado por aparentemente não os ter conseguido desevangelizar. Farei melhor com os próximos.

Depois a Manuela Ferreira Leite com o vernáculo da sua educação judaico-cristã. Infelizmente recordo-a… como ela é. A esta não digo nada.

Há uns tempos, um texto de estilo lunático-pedante cuja leitura vivamente vos recomendo: http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2009/07/mais-uma-derrota-do-protestantismo.html .


Por fim, o contacto de um “pastor” indiano.

Dedico-me sobretudo a este último que é, de longe o mais interessante. O e-mail do senhor terá surgido, presumo, devido à categoria profissional que coloquei no perfil do e-blogger – “Pastor”.

Transcrevo:

My sincere Greetings to you in the sweet name of Jesus Christ.
I am very happy to see you in my prayer however we do not know to each other and living in a far away countries.
My name is George Velpula and living at Andhra Pradesh in India. Would you please allow me to share some more words with you?
Once upon a time, I was a Cruel, Thief and misused the Christians and Chain smoker and great sinner but I came to the saving knowledge of God by his grace!
One day a Christian friend forced me to attend a small Christian meeting but I attended unwillingly. There I heard a great message from the Bible (Mark 7:20-23and 2nd. Corin.5:17). I so trembled there by hearing the message and felt that God spoke to me. Then I so became interested to know more about God so I bought a small New Testament and read a many times carefully and realized that I was a great sinner and need to be saved. I found the saviour in the words and confessed all my sins and accepted Jesus Christ into my life then I was baptized by immersion according to the Bible ( Acts 2:38, 41, 8:38-39 and Mark 16:16). And I got great joy which I never had been.
Now God gave me a noble job of preaching the word of God, and winning souls for his kingdom. I am preaching and teaching the word of God to theTribals , Muslims , Hindus and Other back-word communities in the Un-reached areas which do not have Electricity and proper roads. I have no any Travel facilities and I walk several miles every day to preach the word of God.
It is my humble request to you if possible, please do help me to have a small two wheeler (a bicycle or small two wheeler to reach and preach the Good News in more villages every week. it is a only request not command. if you are able kindly do so(Gal.6:9).Have mercy on us You may kindly send your kind hearted gift by Western Union money transfer outlet and when you send please let me know its secret number.
And we are going to bed without food many a times. We trust in God that he will provide for us. Please pray for my poor family and Ministry.

Looking forward to hear from you if possible soon,
Yours sincerely in his wondrous Mission,
George.Velpula
Evangelist.



Já tentei contactar este meu amigo indiano, mas o e-mail veio devolvido. Espero que isso signifique que ele conseguiu a biciclete.

Simpatizei com o senhor e imagino-o pedalando, de miséria em miséria, a tentar fazer pessoas melhores. De vez em quando há-de apetecer-lhe um cigarro, mas isso não interessa - encontrou a melhor droga de substituição.
Trrrim, trimmm
- Bom dia, os senhores arranjam esquentadores na Charneca?
- Sim senhor. Dê-nos os seus dados e enviamos aí um técnico da sua zona.
- Muito bem, e quais são os preços?
- A deslocação é 30€. Depois é preciso ver que peças é que o esquentador precisa.
- Mas fazem orçamento?
- Nós vamos aí, vemos o que é que ele precisa e acertamos um preço!
- E quanto é que levam à hora?
- 30€
- Portanto são 30€ de deslocação (de um técnico da minha zona) mais 30€ à hora, mais aquilo que o esquentador precisar?
- É isso.
- Então pode dar-me o contacto do técnico da minha zona para acertar as coisas?
- Não, o senhor dá-nos os seus dados todos e o técnico vai aí. O senhor parece que está desconfiado…
- Desconfiado?
- Sim, a gente só vai arranjar um esquentador!
- E muito bem, mas só não quero que o façam sem orçamento.
- Então se calhar é melhor procurar outra pessoa.
- Com certeza que sim. Bom dia.

2009-07-03

No desfazer do tempo de espera, uma ligeira e breve melodia. Suave empatia que se gera. Sugestão de conversa, de palavras pelo ouvido furtadas. Um furto…, um doce furto esquivo, um sentido. Um sentir que se fala por breves instantes, com escorreito soar de nota quebrada, no tempo que não se quer sequer fugir. Não é tempo perdido, não é espera. É doce. Docemente adocicado no que quer que a espera fosse. É ter em nós calma e lentamente desembrulhar os sentidos, todos. São as pálpebras que ouvem e provam. É a melhor espera que o esperar nos trouxe!

2009-07-01

Não tenho nada a dizer sobre isto, apenas divulgo a "vanguarda" da arte portuguesa...

A partir de hoje, estará em exposição na loja da FLUR o novo projecto de António Contador, artista português residente em Paris. São seis singles de vinil de “The Sound Of Silence” de Simon & Garfunkel, comprados no eBay a vendedores distintos, enviados para o artista e, posteriormente, colocados no correio com a Flur como destinatário. Os discos nunca foram abertos, nunca serão abertos, e expõem-se com as as fotos dos envelopes anteriores.
Exposição de 26 de Junho até 17 de Julho.De segunda-feira a sábado, das 13 às 21h.Av. Infante D. Hennrique, Armazém B4, Santa Apolónia
(No dia 17 de Julho, às 20h, no último dia da exposição “6=0″, a FLUR apresentará “Monológo subindo a Torre Eiffel: concerto-conversa-subida”, do mesmo artista. Uma instalação sonora, com 25 minutos, inserida no projecto “Monólogos subindo monumentos que dão para serem subidos a pé”.)

And no one dared to disturb the sound of silence

2009-06-24

Da normalidade

Há por aí taras dos mais diveros feitios, hobby's deveras estranhos e formas de encarar a vida que encerram uma matriz de sobeja alternatividade...
Mas, meus amigos, depois de tudo isso, ainda há o "geocaching"!
O que é o geocaching, perguntáis vós?
Segundo a Wikipédia, ferramenta cibernáutica pela qual eu tenho a maior estima, o Geocaching é um desporto de ar livre que envolve a utilização de um receptor de GPS ("Sistema de Posicionamento Global") para encontrar uma "geocache" (ou simplesmente "cache") colocada em qualquer local do mundo. Uma cache típica é uma pequena caixa (ou tupperware), fechada e à prova de água que contém um livro de registo e alguns objectos, como canetas, afia-lápis, moedas ou bonecos para troca.
Ou seja, uma cambada de inimputáveis, que escondem rebuçados e afins em caixas, e andam por aí armados em barbas roxas à cata do valioso tesouro...
E depois há mais... Existe ainda a assustadora problemática das "caches em muros"...
Transcrevendo o que li num fórum:
O assunto já não é novo, mas continua na ordem do dia. Este log ilustra bem o cenário de guerra provocado por uma cache escondida num muro de pedra.Incúria de quem procura, ou inconsciência de quem esconde?Uma coisa é certa, os muros e os seus proprietários não têm culpa do Geocaching e acabam por ser vítimas inocentes desta actividade.Recomenda-se moderação, quer na busca quer na colocação, já para não ser mais drástico e dizer, caches em muros: Não, obrigado!
E depois, algum tempo depois de ter lido o que li, finalmente percebi que há assuntos mais importantes que a problemática do Irão, o desemprego crescente em Portugal, ou até mesmo a vinda do Bergessio para o Porto... Há caches em muros de pedra!!! É um facto...

2009-06-23

Personalidades injustiçadas pela historiografia portuguesa - I


Onde estás tu Linda de Suza? Onde estão as páginas que nos livros de história os Deuses te reservaram e das quais os desprezíveis humanóides injustamente te privaram? Volta com a tua mala de cartão!!! Vem de lá!!! "Da" França!!!
Faleceu hoje, algures na terra, a batata que, há uns dias, tinha sido encontrada em Marte. Ao que se sabe, a pobre coitada morreu sem dar à luz qualquer grelo, pelo que acaba assim, e de forma triste, a dinastia das batatas marcianas. O funeral decorreu em ambiente de extrema melancolia, dada a boa impressão que a referida batata causou a todos os que, com ela, em vida conviveram. Pela minha parte, um bem haja à batata que a todos nós proporcionou ampla felicidade e a alguns até o desejo de a saborear acompanhando suculentos aparelhos televisivos. Que estejas num sítio melhor, nessa vida eterna que, aos eleitos, pelos Deuses é reservada!

E mais não escrevo, senão choro...

2009-06-15

Se, de um meloeiro, brotasse uma abóbora, diríamos que se tratava de um fenómeno invulgar... Mais invulgar ainda seria ter uma abóbora da qual brotasse um meloeiro, é um facto.

Agora imagine-se que de um tribunal brotasse justiça?!? Ãnh?!? isso é que era um grande facto!!!

2009-06-05

Quem é o Rui?

esse grande estafermo...

Um Kit para o Rui


A Casa do Justiceiro quer quer dar um Kit ao Rui! Junta-te à causa e oferece um donativo, para que ele se contente com um brinquedo e não queira pôr mais inocentes na prisão!
Um gajo acorda às 5 da manhã, em sobressalto, por causa da merda de um sonho, ou pesadelo, ou o que raio aquilo foi... Mato três gajos com uma pistola pressão de ar, carregando-a sucessivamente com chumbinhos que tinha no bolso. Consigo salvar o meu pai e a minha avó, que estavam indefesos a ser vítimas dos três gajos maus, e não é que depois o broxe do Rui ainda me leva a julgamento e me quer pôr atrás das grades... Isto há casos...

2009-06-04

O Bufo

Tenho vindo a analisar, desde há algum tempo a esta parte e com algum pormenor, o "modus agire" daquele que, entre nós, é hoje mais conhecido por Bufo, embora também seja tratado por senhor Bastonário, Marinho Pinto, ou até Márinho Pinto, consoante a inclinação fonética ou nível de ignorância das regras da língua portuguesa de cada qual. Da sua atitude ferverosa, já todos sabemos um pouco, pelo que nenhuma piada teria escrutinar tal facto. O que é interessante e se torna até um pouco inovador, é um recente tique, chamemos-lhe assim, que lhe detectei há pouco, enquanto assistia ao programa "Clube de Jornalistas". Uma ferramenta de dicção em tudo semelhante à do senhor Luís Filipe (não me estou a referir ao falecido infante Português e muito menos a nenhum rei de França, mas sim ao mestre nacional da recauchutagem de pneus, também conhecido por liderar as hostes de um tal clube ao qual, vulgarmente, se atribui o epíteto de glorioso). Com efeito, o senhor Bastonário, tem uma certa propensão para o uso seco, conciso e até um pouco ameaçador do "ãh" no final das suas frases, o que, de certa forma, se apresenta como elemento inovador de estilo no que à eloquência diz respeito. Um dia ainda se falará da escola daqueles que "concluem em ditongo", esses grandes oradores capazes de encostar Cícero às boxes. Até lá, que se louvem as ideias deste querido bufo que, apesar de não ser real, não deixa de ter personalidade.

2009-06-03

Fazia vento naquele dia em que ele entrou em casa já de madrugada. Ao chegar, todas as janelas estavam escancaradas e batiam com força nas ombreiras, como que anunciando uma qualquer tenebrosa e escura tragédia. O aparelho de televisão estava ligado e, equanto limpava o suor da testa, precipitado pelos 35 graus que se faziam sentir, espreitou no canto do ecrã uma imagem suspeita. Às escuras, foi andando lenta e compenetradamente rumo ao aparelho, como se um sentimento de transe o induzisse a esse caminhar. Ao chegar bem perto da televisão, engolui-a prontamente, fazendo a digestão da imagem que, antes, o atordoara. E pensou para si: é difícil digerir uma televisão de madrugada...

2009-06-02

Sem ousar entrar pelos domínios da introspecção, apenas vim aqui para dizer que descobriram uma batata em Marte!

Ode à Bufa!

Bufa!

Bufa-te!

Bufa-te bufa que,
quando bufas,
as bufas que bufas
são bufas bufadas
que o bufo não bufa!

Bufa-te bufa!
E bufa-te com vontade,
para que o mundo inteiro,
na tua boçalidade,
possa sentir o cheiro
que a bufa que bufaste primeiro
emanou do que chamaste liberdade!

E bufa-te bufa que bufas!
Bufa o mundo inteiro com vaidade!
Porque a bufa do jornal que bufas,
eufemisticamente associado à nacionalidade,
é mais do que bufa bufada,
mais agreste que a cagada
que vulgarmente bufas
com tamanha veleidade!

O Bufo e o Bufão e o Bufinho e a Bufa

O Bufo é antipático e diz coisas certas.

O Bufão diz que que concorda com o Bufo embora discorde dele.

O bufinho é antipático e diz coisas erradas.

A Bufa..., a bufa... Ehmm...
A bufa cheira mal, nada mais há a dizer sobre ela...

Escrever | Num blog | Coisas fofas

Às vezes dou por mim a pensar que poderia chegar a este importante blog e nele descarregar uma série de escritos de pendor humanista, designadamente:

  • Dizer que é muito bom fazer uma festinha no lombito do pantufas enquanto ele me enche a mão de saliva.

  • Ou então, dissertar acerca do quanto me agrada levar o dedo ao nariz para dele retirar um macaquito bem fofinho que se prendia à respectiva fossa, naturalmente também ela de uma fofura ímpar.

  • Penso até que podia falar da agonia que sinto quando coço a axila em público e do perfume almiscarado que a dita verte nos ternurentos dias de verão.

  • Sonho inclusivé escrever poemas de amor em cadernos cujas folhas estão timbradas com ursinhos cor-de-rosa de laçarote catita e sorriso cumplice que, de tão fofo, até dói.

Outras vezes, dou comigo sem pensar, pelo que escrevo tamanhas barbaridades a ver se me alembro de alguma coisa de jeito para escrever.

E é bom! (Para quem?)

2009-05-27

Fora caminhando em passo apressado, dirigindo-se ao edifício largo e alto no qual rotineiramente entrara. Subiu as escadas depressa, como sempre o fizera, chegando ao segundo andar já um pouco fatigado. Entre folhas que levava na mão e sorrisos forçados que entoou aos que por ele passaram, abriu aquela maldita porta de vidro ainda a bafejar. Entregou os documentos, recebeu em troca um carimbo e veio-se embora, sem ripostar.
É bonita a vida, pensou ele, quando ao fim da tarde olhou para as árvores no horizonte...

2009-05-20

Política de gajo elucidado

Vocês vão-se mas é todos foder que eu, no dia das eleições, vou cavar em vez de votar, que sempre faço mais pelo país...

Política de falácia (ou humor à boa portuguesa)

Baixaremos os impostos conquanto que haja dinheiro para o fazer!

Política de mentira

Os cidadãos portugueses rejubilarão com a nossa eleição e melhorarão a sua qualidade de vida, uma vez que a culpa disto tudo é do Sócrates!

Política de verdade

As gentes vai a ver se ganháramos o nosso e put the friends on the jobs e os autros que se desemerdem!

2009-05-17

O novo quebra nozes

Ele há coisas que, dada a violência com que abalam o nosso quotidiano e a relevância que possuem no nosso futuro (até mesmo no daqueles que se sentem mais afastados de conceitos como o da “sociedade da informação” ou da “aldeia global”) não devem passar sem o devido alarde. Por vezes, pura e simplesmente sabemos que nada mais será como dantes.


Após uma tarde sentado ao sossego e ao sol, e tendo-me afiambrado a uma boa parte de uma má garrafa de William Lawsons 12 anos de um amigo, não saí à noite com a habitual e disfarçada esperança de que esta pudesse passar pelo incógnito, e acabei por ficar por casa.

Investi no sofá e rodeei-me de um livro, do computador e de papelada de trabalho. Naturalmente que, considerando o contexto etílico e a dormência encefálica daí decorrente, procurei também o comando e a minha escolha acabou por recair sobre a televisão.

Não dei o meu tempo por mal empregue. Assisti a parte de um programa apresentado por uma portuguesa, sobre gente, maioritariamente espanhóis, que dão o melhor de si numa tentativa de deixar marca no mundo. São feitos tão gratificantes para quem os leva a cabo – eles que após uma vida de esforço e dedicação tentam, por fim, estabelecer um recorde na actividade que se especializaram –, como são enriquecedores para quem assiste àquele empenho, ao empenho de homens como nós que sabemos não nos poderem desiludir – eleva-se a humanidade.

Há os que sobem paredes de motorizada, os que partem cocos à supapada, e os que num tanque cheio de água e dentro de uma canoa tentam dar o maior nº de voltas de 360º girando sobre si próprios, ora mergulhando, ora vindo novamente ao de cima.

Aparentemente as especialidades vão surgindo numa base quase diária e, com elas, candidatos sedentos de demonstrar todo o seu potencial e, quiçá, atingir o almejado título passando a pertencer à restrita elite que possui o seu nome inscrito no livro dos records do Guiness.

Foi num desses casos que, de seguida, fixei a minha atenção. Um homem iria tentar estabelecer o 1º recorde para o maior número de nozes quebradas, num minuto, com o rabo.

Após um pequeno período de estupefacção (não deixei que se prolongasse demasiado pois quis permanecer na posse de todas as minhas faculdades para assistir ao que aí vinha) vi um homem, espanhol, de cócoras, um a um, quebrando, sentando-se sobre os referidos frutos, que se encontravam dispostos no chão numa linha aparentemente tão interminável como o minuto em que tudo isto decorreu.

Exausto e exangue, o senhor, espanhol, terminou a prova, tendo sido validado pelo júri o tremendo número de 33 (trinta e três) nozes quebradas com a pélvis. O homem conseguiu e eu jubilei com o feito.

Pertenço àquela espécie provavelmente em vias de extinção, que possui apenas três canais sintonizados na televisão e uma outra coisa qualquer na 4ª posição da grelha. Penso, portanto, de forma cada vez mais séria aderir a um dos pacotes que, por apenas algumas dezenas de euros fornecem outros tantos canais conteúdos eventualmente tão apelativos como aqueles a que assisti. Estou a par da boa qualidade da programação (o programa de hoje ajudou a reforçar esta minha convicção) mas ainda assim acredito que devo manter a fasquia elevada. Sou assim. É uma questão de princípio.

Sou exigente no que vejo e fiquei saciado com aquilo a que hoje assisti. Ainda assim acredito que até nestes casos há margem para melhoria. E teria sido quase perfeito se o programa tivesse sido difundido ao som de uma suite de Tchaikovsky.

A neura do mês

Fico doente com esta merda. Passei uma hora de volta de um post que subitamente e a apenas duas linhas do fim, pura e simlesmente desapareceu. Puta que o pariu!!!!!!!

2009-05-09

Havia um homem que tinha o peculiar e inebriante hábito de usar um ceptro como bengala. Era um homem verdadeiramente cool, com um ceptro, também ele atrozmente cool! Feito de cortiça e ponteado com uma bola de argamassa cozida, o seu ceptro era um objecto único, capaz de fazer inveja a um qualquer lojista da Via Condotti, que certamente o desejaria como apetrecho para a sua montra. Este homem, como facilmente se poderia antever, transportava consigo o halo do poder, simbolizado aliás pelo referido ceptro. Era o líder incontestado do movimento cool power, o qual dominava o panorama ideológico de meados do século XXI, pelo que, a ele, todas as honras eram dirigidas.

Um dia, ao descer as escadarias da Piazza di Spagna, vestido de Kilt debruado de caroços de azeitona, com um padrão orgânico-fertilizante, ergueu bem alto o seu ceptro que, ao que todos diziam, exercia nos demais uma desmesurada capacidade hipnótica. Ao erguer o zingarelho rumo aos céus, as abóbodas celestes formaram um enigmático escrito que, principiando por ser turvo, rapidamente se materializou nas letras C-O-O-L-P-O-W-E-R. Sinteticamente, foi assim que, desse dia em diante, todos passaram a chamá-lo DEUS...

Efectivamente, em meados do terceiro milénio, a civilização que sempre conheceramos, sofreu uma forte e dramática mudança de enquadramento. Pela primeira vez na história dos mass-media, Deus estava vivo, usava um kilt e aparecia na televisão.

Pontualmente, ainda na primeira década do citado milénio, havia um indivíduo que escrevia umas patacoadas num blog, de forma a poder curar as insónias, pelo que ninguém lia os seus textos, por demais escusados, aliás...

Interessante seria entender o razoável nexo entre todas estas coisas. Repare-se, por exemplo, nos anéis de Saturno, essas deliciosas formas com as quais a natureza nos presenteou. Aliás, sejamos ousados: Alvanel! Gritemos alvanel rumo ao infinito como quem diz aleluia!!!

Paralelamente, o leitor menos atento, repara agora que o presente escriba o goza de forma hiperbólico-dadaísta, exercitando um pouco os músculos dos dedos, com vista ao sádico prazer de queimar as pestanas alheias em vão ...

Mas sejamos mais arrojados e tenhamos a coragem de nos despirmos e corremos para a varanda. Abanemos o pindricalho rumo aos céus e efusivamente gritemos em alto e bom som a palavra hematoma! Esperemos a resposta de uma pomba, que certamente virá em nosso auxílio com uma compressa em bico posta.

Não é bom?!? Claro que é!

Agora, voltemos pacatamente aos nossos afazeres. A ver se nos deixamos de ler blogues que não têm interesse nenhum...

2009-05-07

Filipa aderiu à rede de Susana, Susana aderiu à rede de Rúben, Rúben aderiu à rede de Sílvia...
Dasse!!! Quem adere à rede são os peixes...!!! Raio de merdas...
Andavam por aí a disparatar, ociosos que estavam nos seus percursos vivenciais. Foram fazendo o mundo à custa disso, sem que ninguém lhes pedisse contas ou a alguém tivessem necessidade de as prestar. Embalaram crianças sem lhes pesarem o desfecho. Venderam almas em sacos de papel, perecíveis como a vida que viviam.
Um dia, chegou o caos...
Uns puseram-se a cantar e a dançar. Os outros gritavam, bem alto, para que ninguém mais pudesse ouvir os seus silêncios.

Mais tarde, na amena prosa da história, sobre isto nada se disse. Uns foram recordados como heróis e conquistadores. Outros, sucumbiram ao esquecimento, como se nunca tivessem existido.

2009-04-29

Tinha uma forma peculiar de ver as coisas, a qual o deixava sempre extrair prazer das mais variadas circunstâncias. Sentia as coisas ao âmago e, quando estava feliz, não estava só por estar, era como que um brilho radioso lhe jorrasse da alma. Caía facilmente em depressão e dela retirava um gozo masoquista, melancolia soturna que também lhe inundava o espírito. Hoje, vê as coisas de outro modo. Não sente, nem a alegria, nem a tristeza. Como que está vazio num desespero sem sentido, abandonado que foi pelo privilégio do júbilo, como da dor. E vai-se perdendo lentamente, sem sentido que não sente. Vai desvanecendo aos poucos no que nada lhe interessa, sem sentido, nem vagar, nem pressa.

2009-04-27

Tenho dois estrunfes à minha frente a fumar charros e a ver desenhos animados estúpidos em modo crianças púberes, que riem à gargalhada por tudo e por nada... Pior, estou na minha casa...

Um dia destes ponho-os a andar... Nem o facto de olhar para eles com sentimentos misericordiosos me impedirá de o fazer... É a tal "cena" dos pobres de espírito...

2009-04-17

As origens da coisa

Indo eu não sei por onde
a pensar não sei em quê
fiquei assim não sei como
a chorar não sei porquê
E se um gajo, de um momento para o outro, se decidisse a comprar 82 hectáres? Será que a vida melhorava, ou as expectativas se tornariam desilusão?

2009-04-09

Cinéfilos

Há vários tipos de cinéfilos:
-Os que vêm filmes em barda no multiplex, sentem a emoção da sala, mas gostam da pipoca e não se importam com os ruminares alheios. Enternecem-se nas cenas bacocas de romance barato e acham o gajo do Braveheart magnífico.
-Os que se sentam numa cadeira do King semana sim semana sim, sentem comichão no queixo, pelo que nele assentam a mão, e nunca dão uma gargalhada, preferindo um constante sorriso tépido, como que significando a compreensão metafísica do humor refinado.
-Os que vêm televisão sábado e domingo à tarde que nem negros.
-Os que estão de ressaca sábado e domingo e vêm televisão que nem negros.
-Os que não perdiam o cinco noites cinco filmes e viam todos os dias um filme na RTP2 que nem negros, até porque não viviam perto do King.
-Os que vão às antestreias no monumental porque é giro (que nem negros).
-Os que papam curtas em festivais de cinema porque é giro (que nem negros).
-Os que acham que um filme é igual a um livro porque apenas vale pelo conteúdo.
-Os que acham que um filme é um objecto multisensorial que apenas terá valor pelos estímulos biológicos que acarreta.
-Os que têm paixões secretas por actrizes(ores) giras(os) e vêm os filmes deles (que nem negros).
E se calhar até há mais do que estes tipos de cinéfilos, mas agora não me lembro poque já começo a fritar o cérebro que nem negro...
Eu gosto de filmes, compreendo e prefiro a emoção da sala ao pequeno ecrã. Sou fã de actores expressivos e realizadores com bom gosto. Gosto de filmes light, até porque às vezes (cada vez menos) também estou de ressaca ao fim de semana. Gosto de filmes densos porque são densos. Gosto de filmes leves, porque são leves. Gosto de filmes carregados de emoção, crús ou cozidos. Não gosto de clichés porque não tenho pachorra para eles. Acho que um filme e um livro são coisas totalmente diferentes. Gosto mais dos filmes. Acho preferíveis os recursos limitativos da imaginação, mas sensorialmente manietantes. Sou tão intelectual como qualquer pessoa que goste de pensar e acho o cinema de autor, independente e faccioso apenas nas intenções do autor, absolutamente valorizável. Gosto de ouvir falar francês na tela e de longos planos sem diálogos quando os mesmos são leves. Gosto de narradores e vozes off. Gosto de montagens rápidas mas prefiro planos sequência. Não gosto nem posso ouvir falar de coisas como por exemplo "A bacia de Jonh Wayne" ou "O último ano em Marienbad", embora goste de "Hiroshima meu amor" (que nem negro!).
Conclusão: Sou um pan-cinéfilo e até acho que o Braveheart seria um grande filme se fosse realizado pelo Luc Besson, interpretado pelo Clive Owen e sonorizado pelo Clint Mansell!

2009-04-02

Se fosse visto na rua, carnívoro de espanto pelo que o olhar alcança, quieto, sentado na passadeira rolante dos sonhos, criança. Se fosse visto na rua, nu, despido de todos os que me rodeiam. Se fosse visto a sonhar vivendo, leve, palpitante, solto e macio como algodão. Se não fosse visto pela razão, apenas díspar nos disparates que se forçam. Se olhassem ao longe e vissem uma pena em balançar triste e descendente, contemplativamente observando o mundo devagar. Se foras visto sem pressas, como gostas. Se em três compassos de silêncio se gerasse a doce empatia que procuras. Se foras o que foste, que és, que desejas ser. Silêncio vago de sorriso fechado, gargalhada ausente na melancolia que não feres. Carro veloz, distante, silenciosamente vociferante. Janela quebrada com árvores que seguras carinhosamente, sem nexo aparente. Se fosses deixado viver o presente. Imagens passageiras que só sabe quem sente.

2009-03-18

Estou feliz!

Hoje é o primeiro dia do ano em que estou realmente feliz! Serenamente feliz! E gosto! :)
O sol está bonito, os dentes não me doem e a cabeça está limpinha que nem alcatifa acabada de aspirar! Gosto! Andei assim durante quase três anos e já me estava a fartar deste estado soturno...
As pessoas? As pessoas, essas, continuam iguais... Não basta ser educado... Não interessa ser educado... Quem vive para ter poder não quer saber disso para nada... Está viciado, tristemente viciado... Com gente dessa a delicadeza não vale a pena... Nem falar, nem cumprimentar, restringir os contactos ao mínimo indispensável... Como quem diz: "Não te quero fazer mal nenhum, não me interessas para nada, não me fazes mal nenhum porque já nem sequer estou preocupado se te vejo ou não, se existes ou não... Se me atacas, sem prejuízos substantivos para mim, não me defendo... Calo-me e deixo-te ganhar a guerrinha, deixo-te ter o falso poder, deixo-te... Mas atacar-te-ei, isso certamente... Quando for justo, quando for necessário, quando extravasares os limites do que substantivamente se impõe... E nesse dia, hás-de dormir a pensar em mim..., hás-de berrar com os teus filhos pelos males que subconscientemente te infligi, hás-de-te divorciar e viver miserável para sempre, com todo o teu falso poder...
Nunca me vencerás, porque não tenho nada a perder... E estou feliz! Sou livre e estou feliz! Cheio de força. Confio em poucos, conto com poucos e esse é o único segredo para ser feliz!
Vou agricultar ao sol! :)
Texto dedicado a uma pessoa digna, importante e poderosa... E tristemente infeliz...

2009-03-16

Sondagem

Duas não casamenteiras, três fufas, três gajas que nunca tiveram onde cair mortas, seis indivíduas ajuízadas e sete votos de um gajo com um humor impecável depois, termina uma sondagem de inquestionável valor e duvidosa utilidade...
Caberá dizer que a vitória do "guarda-redes" é tão fraudulenta como a do Américo Tomás e que, se "eles preferem as loiras", inquestionável será que "elas preferem os neuróticos" (desde que tenham onde cair mortas, claro está)...
Inquestionável será também que a ausência de símios em muito influenciou qualquer amostra que se poderia recolher, até porque isto de "viver com" e "estar na cama com" não é bem a mesma coisa... Ou será?
A vida real é gira... Há guerra e necessidades de consolo. Há tédio e cumplicidades. Há coisas que se esquecem e que se relembram quando menos esperamos... enfim..., há paradoxos, que é como quem diz "é real"!
A finalizar, dizer apenas que vou prepelizar opiniões de forma a enunciar uma nova sondagem que, ao que suspeito, terá ainda menos votos que a anterior. É giro escrever publicamente para ninguém, sondar inopinadamente ninguém...
É dádá! (ou talvez não)

2009-03-11

Imagine-se que se começam a ler os sumários do Diário da República e, de repente:
Resolução do Conselho de Ministros nº25/2009
Presidência do Conselho de Ministros
Autoriza a República Portuguesa a participar no Trust Fund da Facilidade de Investimento da Vizinhança.
Até parece simpático! Coisa gira. O pessoal dá-se todo bem e os vizinhos e tal e coiso. E um churrasco na rua e tal. E até vem o Ti Xico e a Ti Zulmira lá de cima e coiso. No fim uma futebolada de solteiros contra casados e, para os audazes, o torneio de sueca e umas marteladas de tinto pela noite dentro.
Mas depois "vaissaver" e é dinheirinho (que aliás existe em abundância por feudos de Viriato)...
Pior, fica-se sem perceber nada e só se pensa: "Vou mas é guardar os meus direitos de cidadão para o momento de pagar os impostos, já deve faltar pouco...
Mas afinal quem é que manda neste país?!? E tudo a Reclamar com o filósofo, enfim...

O que é não volta a ser (ou algo que o valha)

Dói-me o umbigo de cada vez que ouço alguém dizer coisas como o título acima... Mas dói mesmo, atenção, não estou a fingir... E como dói, ponho-me a enunciar clichés... Por exemplo: "Só não é o que não se quer", "A vida é um conjunto de paradoxos e repetições", "Viver é recordar", "Recordar é viver", "Reviver é viver" e, last but not least, "Não acreditar é morrer"...
Às vezes estou morto e não gosto! Nessas alturas faço um esforço para saber como era quando estava vivo. E depois lembro-me e faço dessa forma. E depois morro outra vez. E depois faço outra vez como o JC e ressuscito! Antes morrer de cancro a viver morto! E depois lembro-me do "outro indivíduo" e também me lembro de perguntar "Quem é quem?"... Mas depois penso: O que é que isso me interessa? Interessa-me mais saber o que quero fazer do que o que sou...
O povo?!? O polvo?!?
Os alienígenas!!! Claro está!
E o medo, convém não esquecer...
Amanhã vou já comprar uma camisa branca (antes isso a umas meias), com um colarinho bem engomado e um fato de risca de giz! Mas atenção, acessorio a coisa com um alface qu'é pra verem que sou do povo, que é como quem diz, que não nasci em morte (ups, marte)...
Depois disso ainda, gasto uns bons euróis num croissant com chocolate rijo e sento-me numa esplanada à turista para toda a gente me ver! E penso novamente, antes isso a comer um pedaço de fruta de uma árvore. Ao menos ali dão-nos os guardanapos! Doutra forma seria estranho, era capaz de borrar a gravata... E isso é coisa que nunca se pode fazer, pelo menos na presença de turistas...
Às vezes apetece dizer aos velhotes que eles são caquécticos, mas é tudo mentira, não são nada..., caquéctico é quem acredita que "o que foi não volta a ser", mai nada!

2009-03-08

Pedaços de diário (ébrio assim mai ou menos)

Hoje assisti a um concerto horrível de um boçal cá da terra. Já não sinto a nostalgia cá da terra. Já não consigo sentir a nostalgia cá da terra, por mais que queira...
Solução? Voltar para Lisboa? Nada disso, alhear-me da terra e considerá-la um mero lugar de trabalho e sair daqui de vez em quando, como fazia há uns tempos. Restringir os amigos a um mínimo, a chamada amizade neo-liberal, que bem que soa!
Estou a beber um whisky de merda numa bela companhia, valha-me isso...
Dizia-me o meu "cunhado" há uns tempos: "A partir do momento em que decidi estabilizar a minha vida, os amigos fugiram todos, ficaram dois ou três... Amigos dos copos? Puta que os pariu...
Feliz ou infelizmente, dependo do facto de a minha vida não ser arremessada aos quatro cantos do mundo para ter sucesso profissinal... Conheço duas pessoas que guardam o que lhes digo, que estão lá em todos os momentos. E chega-me, não quero mais... Não quero ter que aturar gente que não me diz nada a vir dizer-me que o tal, que até pensava que me dizia alguma coisa, lhe disse que eu andava "muita mal", ainda por cima porque, tendo andado, já não ando, ponto final! Mas que merda é esta?!? Se não sai todas as noites, anda mal?!? Se gosta de aproveitar o dia mais que a noite, anda mal?!?!? Se deixa de beber copos conpulsivamente e pura e simplesmente já não suporta um serão de boçalidade contínua, anda mal?!?
Puta que pariu quem não entende isto!
Estou a beber um whisky de merda e só isso já basta para que o meu estado de espírito não seja o melhor...
Confiar em poucos, restringir-me a poucos, cagar nos boçais com a mania que são um ssspetáculo..
Hei-de passar a ir a Lisboa e estar somente com duas pessoas que me dizem algo, o resto que se foda!
Se ninguém atinar nisso, raios que os partam, tenho-te a ti, óh mais que tudo e, muito francamente, chegas-me!
Post scritum: Andrew Bird é altamente e não é dos copos, é mesmo bonzinho!!! :)

2009-03-05

Arranjei um amigo que vem buscar a lenha excedente ao meu terreno, o que me dá jeito, até a título de prevenção de incêndios. Disse-me que ia lá lavrar-me a horta no sábado à tarde e tudo de borla. Pedi-lhe o contacto de um caterpilar para surribar uma pequena faixa de matagal. O meu amigo é um homem forte e capaz, concerteza, de empunhar uma espada de tempos medievais, sobrevivendo a um ataque de cavalaria pesada. É voluntarioso e dado ao trabalho. Faltam-lhe os dois incisivos e tem uma pronúncia que, muito francamente, traz às nossas comunicações um certo grau de ininteligibilidade. De qualquer forma, agrada-me que ele por lá apareça de vez em quando. Traz à coisa um certo espírito rural profundo e esporadicamente desejável.
No outro dia recebi esta mensagem da parte dele:
"Ola tudo bem eu sou bruno esta aquim numaro do maquininta 91XXXXXXX o rapaz chama_se lius pinto um abraso ate sabado"
Ao que diz a minha namorada: "Tão querido, coitadinho..."
Ao que penso eu: "Que pérola!"
Interessantes os pontos de vista possíveis sobre uma mesma realidade. Enquanto que o dela foi instintivamente maternal, o meu apenas se cifrou numa amálgama de pensamentos jocosos. Numa fracção de segundos consegui imaginar o meu amigo numa festa no Lux, numa tertúlia de intelectuais ou até mesmo num restaurante gourmet.
A verdade é que sinto uma certa empatia pela personagem e, verdade seja dita, se esta civilização acabar, são homens como este os que mais se poderão adaptar a um mundo diferente e baseado na economia de subsistência. És de louvar Bruno!

2009-03-04

Vejo o vento escorraçar a luz que povoa o dia. Árvores que bailam ao som da precoce primavera que voou, embalada na cantiga da natureza errante. Vejo as estações que estacionam o universo circundante. Pouso numa núvem e rasgo o efémero e volátil arco-íris. Por instantes. Uma pausa, uma derradeira pausa. Gostava de silenciar o mundo e não ouvir o temporal. Gosto. Faço. Estou vivo apenas quando vivo no mundo que escorraço.

Vida de reis na Polónia

Com a cotação em que se encontra o zlot, o mais que um gajo pode fazer são umas economias e uma boa semana de férias!
Mas depois um gajo pensa: O que será a "vida de rei na Polónia"?
Turismo sexual? Nepiás, nunca fui às putas e apenas o farei quando me decidir concominantemente a experimentar cavalo, o que me parece aliás que jamais acontecerá...
Comer em restaurantes caros e ir à ópera? Népias, lá também já não se deve poder fumar em espaços fechados e a ideia de passar duas horas num restaurante à espera que me sirvam sem me subsumir à qualidade de agente poluidor não é nada entusiasmante.
Fazer compras? Um quadrito barato que se encontre na rua nunca é mal pensado, mas francamente não sou do estilo de ir ao estrangeiro comprar o que posso comprar em qualquer sítio do mundo.
Portanto, mochila às costas, máquina fotográfica e um livrito ou dois. Uma bebedeira com cerveja de leste que também faz bem. E duas ou três estupidezes que é como quem diz sentir o cheiro às coisas.

2009-03-02

Depressão todos a sentem. Uns entregam-se a ela, outros fogem-lhe. Via de regra, os primeiros são pessoas extremamente interessantes, que têm por hábito cultivar a melancolia como quem planta sonhos na auto-estrada da vida. O problema é que esses sonhos impedem a livre circulação dos vencedores. Daqueles que não sonham, apenas vivem e lutam e vencem. Esses são os segundos.
Cá para mim, prefiro os primeiros. Também venço de vez em quando, mas não faço disso vida, nem quero. Vencer é proporcionalmente interessante à medida da causa. Se a causa é raquítica, vencer, por mais que nos dê ânimo, não passa da derrota de uma vida vivida sem sentido.
Odes a quem deprime, pois são eles os arautos dos sonhos!

2009-03-01

Liberdade

No outro dia vi um documentário sobre a Dinamarca. Dizia-se que os Dinamarqueses são um povo muito pouco comunicativo, que não falam muito uns com os outros. Dizia-se que, no metro, bastava que uma pessoa se levantasse para que a outra rapidamente se encolhesse de forma a deixá-la passar.
Hoje, acabo de assitir ao festival da canção e, lembrando-me desse documentário, apenas me apetece emigrar...
O que é a liberdade? Francamente não sei, mas que pressupõe respeito e educação, disso não tenho dúvidas.

2009-02-27

Albardas e selins

Anseio pelo dia em que se possa praticar qualquer profissão com a indumentária que nos aprouver! E depois o sexismo: Se é fémea pode usar o que quiser, mas se é macho tem que ser fato e gravata...

Puta que os pariu a todos! Labregos, verdadeiramente boçais!
Janela opaca que me vês ao longe
com grito que chama por ti

Reflexo que não sinto
que não tem cor

Prisma que foras na leveza
do ondulante eco
esvoaçante no murmúrio do horizonte

Incolores são as formas fuscas
da interrompida reciprocidade

Lá longe há um mar que cintila
que reflecte cores invisíveis
no daltonismo da alma errante
na mordaça da mágoa distante

Lá longe ninguém
nada
prece profanada
afogam-se cores num vintém

Filantropia

Num mundo em que todos vivem para si, ajudar os outros, para mais quando tal não nos é expressamente solicitado, pode tornar-se ridículo...
E depois corre-se sempre o risco de ainda dizerem: "Olha-me este grandessíssimo filho da puta, aqui armado em bonzinho!"
Porreiro é o gajo que fala pouco, que guarda tudo para si, que não reparte, que não se interessa... O gajo cool! O tal neo-individualista que personifica os moldes teóricos do neo-liberalismo...
Um dia ainda hei-de ser uma pessoa assim! Até lá, vamos ajudando o próximo, antevendo que ele secretamente nos apelida de tanso... Mas cada vez menos, cada vez menos...

2009-02-25

Do que gosto na Natureza

Não gosto da generalidade das pessoas e acho alguns bichinhos giros enquanto não cagam em sítio onde o montulho não faz falta.

Gosto de árvores! Não falam nem chateiam e podá-las dá gosto!
De entre as que gosto, estas são as minha preferidas:

Para além de serem verdadeiros sobreviventes, os sobreiros têm formas inigualavéis. Este ano já salvei uns quantos e plantei outros mais. Vou continuar! :)

2009-02-23

Enchidos gourmet - A sequela


Poderia falar sobre as novas variedades de azeite que são feitas actualmente, nomeadamente daquela raríssima iguaria usada na tibórnia d'ouro, com pepitas douradas flutuantes em líquido proveniente da azeitona. Poderia até dizer que "os especialistas dizem que o ouro é excelente para a saúde", como li num jornal regional de primorosa qualidade, aquando da divulgação deste novo produto. Mas não o vou fazer. Em jeitos básicos e simplórios, falarei apenas de uma das minhas últimas incursões no modelo continente.
Sequioso por reabastecer o meu stock de alheiras para, por mero devaneio, me poder deleitar ocasionalmente com o prazer de um desses singulares enchidos, acompanhado de dois ovos estrelados e servido com pão caseiro, eis que me deparo, numa airosa prateleira desse hipermercado, com um conjunto de cinco alheiras acondicionadas numa única embalagem e com um preço especialíssimo. Como estavam cheias de selos de qualidade, decidi aproveitar aquilo que, à primeira vista, me parecia uma promoção imbatível e assim realizar de forma plena o meu inicial desiderato.
Devo confessar que as ditas tinham muito bom aspecto e não negarei o facto indesmentível de alguma saliva se ter aglomerado no interior da minha gulosa cavidade bocal aquando do visionamento das mesmas.
Poucas compras mais fiz nesse dia, para lá de uma dúzia de ovos xl, após o que me pûs a correr para casa em grande alvoroço, com desejos gourmet que há muito não sentia, dignos de um qualquer campesino rural, ansioso pelo atulhar do odre. Pelo que, de uma forma bácora e aturdida, rasguei freneticamente a embalagem ao chegar a casa, concretização do prenúncio gastronómico em frigideira posto, que me tinha assolado a imaginação durante o bucólico passeio pela grande superfície.
Ao abrir a embalagem, reparei que a mesma exalava um odor nauseabundo, semelhante ao do rio Ganges em dias de calor sufocante. Rapidamente me passou pela cabeça uma imagem nefasta, que se concretizava num indíviduo grosseiro e dotado de gostos simplórios a literalmente esganar o Belmiro, com esguichos de sangue e vísceras por tudo quanto era canto.
Acalmei-me porém e, aventando a hipótese de o meu odor estar desvirtuado, fruto da sofreguidão pela imagem do enchido gordurento, que me preenchia o intelecto desde que encontrei a embalagem promocional, chamei a minha namorada, para que me pudesse dar uma segunda opinião acerca das fragrâncias por mim sentidas e que não eram bom prenúncio.
Acalmei-me quando a sua opinião foi de encontro à minha, voltando novamente a visualizar o Belmiro num auto de fé, sendo eu o carrasco maligno que velaria pela sua morte lenta e dolorosa.
Passados uns minutos, estando eu já resignado e ciente de que me tinham dado o banho e teria que voltar ao hipermercado para fazer a devolução da embalagem, sem que ninguém me pagasse honorários pela deslocação, e enquanto a minha namorada continuava a examiná-la minuciosamente, oiço da sua boca a seguinte frase:
-"Olha lá, isto são alheiras de sabores, diz aqui que duas são de caça, uma de avestruz, uma de caril e outra de noz e mel!"
Por esta altura estava desfeito o enigma, embora o cheiro da minha cozinha fosse já semelhante a um sortido de especiarias paquistanesas acepipado com laivos de catinga.
Solução: Separar as de caça e de avestruz das demais e embalar as restantes individualmente. (por esta altura, na minha cabeça, o Belmiro já tinha morrido há muito tempo e os seu defunto corpo apresentaria um aspecto semelhante ao do senhor Sadam aquando daquelas belas fotografias e vídeos que rodaram meio mundo)
Passados uns dias, e já depois de as três alheiras normais terem recuperado o seu áureo odor, na falta de melhor, decidi cozinhar, a título de experiência empírico-mata-bíchica, a de mel e noz, com vista a um possível enriquecimento do meu léxico gastronómico e, quiçá, descobrir a nova maravilha da humanidade sob a forma de ferradura.
Devo dizer que a minha namorada não viu a coisa com bons olhos, para mais estando ainda a desfalecer de uma recém contraída intoxicação alimentar que lhe enfraquecia todos os recantos do seu frágil aparelho digestivo. O cheiro exalado durante o acto da confecção não augurava grande petisco, embora o incentivo de um frigorífico despovoado parecesse, à data, um belo pretexto para uma experiência com enchidos gourmet.
Confeccionada a iguaria e apagado o fogão, logo me apressei a dar uma trinca na coisa. Não vou contar o que senti, porque há coisas que não lembro com saudade, mas recordo que, por uma questão de piada e até de algum sadismo jocoso, confesso, exibi uma expressão semelhante àquela que ostenta um miúdo pequeno aquando da primeira vez que prova fios de ovos, tudo isto para, numa partidinha de mau gosto, atordoar a minha cara metade com o prazer do enchido gourmet.
Estejam descansados que por isto não veio mal ao mundo, até porque ela teve o bom senso de cuspir o fragmento da exótica iguaria meio segundo depois de a ter levado à boca. Rimo-nos que nem uns perdidos durante uma boa meia hora e, penso, esta será a alheira mais marcante das nossas vidas.
Quanto à outra, a de caril, ainda está guardada no frigorífico, à espera de um qualquer amigalhaço que se apresente em nossa casa com apetite. Um qualquer que me venha com a conversa de que é muito selecto e que tem um paladar apuradíssimo e que só bebe whisky de 15 anos para cima e de que whisky novo não presta mesmo que seja irlandês e triplamente destilado e de que comida boa só na Bica do Sapato e tal. Que me apareça um desses que come logo com ela!