2009-03-18

Estou feliz!

Hoje é o primeiro dia do ano em que estou realmente feliz! Serenamente feliz! E gosto! :)
O sol está bonito, os dentes não me doem e a cabeça está limpinha que nem alcatifa acabada de aspirar! Gosto! Andei assim durante quase três anos e já me estava a fartar deste estado soturno...
As pessoas? As pessoas, essas, continuam iguais... Não basta ser educado... Não interessa ser educado... Quem vive para ter poder não quer saber disso para nada... Está viciado, tristemente viciado... Com gente dessa a delicadeza não vale a pena... Nem falar, nem cumprimentar, restringir os contactos ao mínimo indispensável... Como quem diz: "Não te quero fazer mal nenhum, não me interessas para nada, não me fazes mal nenhum porque já nem sequer estou preocupado se te vejo ou não, se existes ou não... Se me atacas, sem prejuízos substantivos para mim, não me defendo... Calo-me e deixo-te ganhar a guerrinha, deixo-te ter o falso poder, deixo-te... Mas atacar-te-ei, isso certamente... Quando for justo, quando for necessário, quando extravasares os limites do que substantivamente se impõe... E nesse dia, hás-de dormir a pensar em mim..., hás-de berrar com os teus filhos pelos males que subconscientemente te infligi, hás-de-te divorciar e viver miserável para sempre, com todo o teu falso poder...
Nunca me vencerás, porque não tenho nada a perder... E estou feliz! Sou livre e estou feliz! Cheio de força. Confio em poucos, conto com poucos e esse é o único segredo para ser feliz!
Vou agricultar ao sol! :)
Texto dedicado a uma pessoa digna, importante e poderosa... E tristemente infeliz...

2009-03-16

Sondagem

Duas não casamenteiras, três fufas, três gajas que nunca tiveram onde cair mortas, seis indivíduas ajuízadas e sete votos de um gajo com um humor impecável depois, termina uma sondagem de inquestionável valor e duvidosa utilidade...
Caberá dizer que a vitória do "guarda-redes" é tão fraudulenta como a do Américo Tomás e que, se "eles preferem as loiras", inquestionável será que "elas preferem os neuróticos" (desde que tenham onde cair mortas, claro está)...
Inquestionável será também que a ausência de símios em muito influenciou qualquer amostra que se poderia recolher, até porque isto de "viver com" e "estar na cama com" não é bem a mesma coisa... Ou será?
A vida real é gira... Há guerra e necessidades de consolo. Há tédio e cumplicidades. Há coisas que se esquecem e que se relembram quando menos esperamos... enfim..., há paradoxos, que é como quem diz "é real"!
A finalizar, dizer apenas que vou prepelizar opiniões de forma a enunciar uma nova sondagem que, ao que suspeito, terá ainda menos votos que a anterior. É giro escrever publicamente para ninguém, sondar inopinadamente ninguém...
É dádá! (ou talvez não)

2009-03-11

Imagine-se que se começam a ler os sumários do Diário da República e, de repente:
Resolução do Conselho de Ministros nº25/2009
Presidência do Conselho de Ministros
Autoriza a República Portuguesa a participar no Trust Fund da Facilidade de Investimento da Vizinhança.
Até parece simpático! Coisa gira. O pessoal dá-se todo bem e os vizinhos e tal e coiso. E um churrasco na rua e tal. E até vem o Ti Xico e a Ti Zulmira lá de cima e coiso. No fim uma futebolada de solteiros contra casados e, para os audazes, o torneio de sueca e umas marteladas de tinto pela noite dentro.
Mas depois "vaissaver" e é dinheirinho (que aliás existe em abundância por feudos de Viriato)...
Pior, fica-se sem perceber nada e só se pensa: "Vou mas é guardar os meus direitos de cidadão para o momento de pagar os impostos, já deve faltar pouco...
Mas afinal quem é que manda neste país?!? E tudo a Reclamar com o filósofo, enfim...

O que é não volta a ser (ou algo que o valha)

Dói-me o umbigo de cada vez que ouço alguém dizer coisas como o título acima... Mas dói mesmo, atenção, não estou a fingir... E como dói, ponho-me a enunciar clichés... Por exemplo: "Só não é o que não se quer", "A vida é um conjunto de paradoxos e repetições", "Viver é recordar", "Recordar é viver", "Reviver é viver" e, last but not least, "Não acreditar é morrer"...
Às vezes estou morto e não gosto! Nessas alturas faço um esforço para saber como era quando estava vivo. E depois lembro-me e faço dessa forma. E depois morro outra vez. E depois faço outra vez como o JC e ressuscito! Antes morrer de cancro a viver morto! E depois lembro-me do "outro indivíduo" e também me lembro de perguntar "Quem é quem?"... Mas depois penso: O que é que isso me interessa? Interessa-me mais saber o que quero fazer do que o que sou...
O povo?!? O polvo?!?
Os alienígenas!!! Claro está!
E o medo, convém não esquecer...
Amanhã vou já comprar uma camisa branca (antes isso a umas meias), com um colarinho bem engomado e um fato de risca de giz! Mas atenção, acessorio a coisa com um alface qu'é pra verem que sou do povo, que é como quem diz, que não nasci em morte (ups, marte)...
Depois disso ainda, gasto uns bons euróis num croissant com chocolate rijo e sento-me numa esplanada à turista para toda a gente me ver! E penso novamente, antes isso a comer um pedaço de fruta de uma árvore. Ao menos ali dão-nos os guardanapos! Doutra forma seria estranho, era capaz de borrar a gravata... E isso é coisa que nunca se pode fazer, pelo menos na presença de turistas...
Às vezes apetece dizer aos velhotes que eles são caquécticos, mas é tudo mentira, não são nada..., caquéctico é quem acredita que "o que foi não volta a ser", mai nada!

2009-03-08

Pedaços de diário (ébrio assim mai ou menos)

Hoje assisti a um concerto horrível de um boçal cá da terra. Já não sinto a nostalgia cá da terra. Já não consigo sentir a nostalgia cá da terra, por mais que queira...
Solução? Voltar para Lisboa? Nada disso, alhear-me da terra e considerá-la um mero lugar de trabalho e sair daqui de vez em quando, como fazia há uns tempos. Restringir os amigos a um mínimo, a chamada amizade neo-liberal, que bem que soa!
Estou a beber um whisky de merda numa bela companhia, valha-me isso...
Dizia-me o meu "cunhado" há uns tempos: "A partir do momento em que decidi estabilizar a minha vida, os amigos fugiram todos, ficaram dois ou três... Amigos dos copos? Puta que os pariu...
Feliz ou infelizmente, dependo do facto de a minha vida não ser arremessada aos quatro cantos do mundo para ter sucesso profissinal... Conheço duas pessoas que guardam o que lhes digo, que estão lá em todos os momentos. E chega-me, não quero mais... Não quero ter que aturar gente que não me diz nada a vir dizer-me que o tal, que até pensava que me dizia alguma coisa, lhe disse que eu andava "muita mal", ainda por cima porque, tendo andado, já não ando, ponto final! Mas que merda é esta?!? Se não sai todas as noites, anda mal?!? Se gosta de aproveitar o dia mais que a noite, anda mal?!?!? Se deixa de beber copos conpulsivamente e pura e simplesmente já não suporta um serão de boçalidade contínua, anda mal?!?
Puta que pariu quem não entende isto!
Estou a beber um whisky de merda e só isso já basta para que o meu estado de espírito não seja o melhor...
Confiar em poucos, restringir-me a poucos, cagar nos boçais com a mania que são um ssspetáculo..
Hei-de passar a ir a Lisboa e estar somente com duas pessoas que me dizem algo, o resto que se foda!
Se ninguém atinar nisso, raios que os partam, tenho-te a ti, óh mais que tudo e, muito francamente, chegas-me!
Post scritum: Andrew Bird é altamente e não é dos copos, é mesmo bonzinho!!! :)

2009-03-05

Arranjei um amigo que vem buscar a lenha excedente ao meu terreno, o que me dá jeito, até a título de prevenção de incêndios. Disse-me que ia lá lavrar-me a horta no sábado à tarde e tudo de borla. Pedi-lhe o contacto de um caterpilar para surribar uma pequena faixa de matagal. O meu amigo é um homem forte e capaz, concerteza, de empunhar uma espada de tempos medievais, sobrevivendo a um ataque de cavalaria pesada. É voluntarioso e dado ao trabalho. Faltam-lhe os dois incisivos e tem uma pronúncia que, muito francamente, traz às nossas comunicações um certo grau de ininteligibilidade. De qualquer forma, agrada-me que ele por lá apareça de vez em quando. Traz à coisa um certo espírito rural profundo e esporadicamente desejável.
No outro dia recebi esta mensagem da parte dele:
"Ola tudo bem eu sou bruno esta aquim numaro do maquininta 91XXXXXXX o rapaz chama_se lius pinto um abraso ate sabado"
Ao que diz a minha namorada: "Tão querido, coitadinho..."
Ao que penso eu: "Que pérola!"
Interessantes os pontos de vista possíveis sobre uma mesma realidade. Enquanto que o dela foi instintivamente maternal, o meu apenas se cifrou numa amálgama de pensamentos jocosos. Numa fracção de segundos consegui imaginar o meu amigo numa festa no Lux, numa tertúlia de intelectuais ou até mesmo num restaurante gourmet.
A verdade é que sinto uma certa empatia pela personagem e, verdade seja dita, se esta civilização acabar, são homens como este os que mais se poderão adaptar a um mundo diferente e baseado na economia de subsistência. És de louvar Bruno!

2009-03-04

Vejo o vento escorraçar a luz que povoa o dia. Árvores que bailam ao som da precoce primavera que voou, embalada na cantiga da natureza errante. Vejo as estações que estacionam o universo circundante. Pouso numa núvem e rasgo o efémero e volátil arco-íris. Por instantes. Uma pausa, uma derradeira pausa. Gostava de silenciar o mundo e não ouvir o temporal. Gosto. Faço. Estou vivo apenas quando vivo no mundo que escorraço.

Vida de reis na Polónia

Com a cotação em que se encontra o zlot, o mais que um gajo pode fazer são umas economias e uma boa semana de férias!
Mas depois um gajo pensa: O que será a "vida de rei na Polónia"?
Turismo sexual? Nepiás, nunca fui às putas e apenas o farei quando me decidir concominantemente a experimentar cavalo, o que me parece aliás que jamais acontecerá...
Comer em restaurantes caros e ir à ópera? Népias, lá também já não se deve poder fumar em espaços fechados e a ideia de passar duas horas num restaurante à espera que me sirvam sem me subsumir à qualidade de agente poluidor não é nada entusiasmante.
Fazer compras? Um quadrito barato que se encontre na rua nunca é mal pensado, mas francamente não sou do estilo de ir ao estrangeiro comprar o que posso comprar em qualquer sítio do mundo.
Portanto, mochila às costas, máquina fotográfica e um livrito ou dois. Uma bebedeira com cerveja de leste que também faz bem. E duas ou três estupidezes que é como quem diz sentir o cheiro às coisas.

2009-03-02

Depressão todos a sentem. Uns entregam-se a ela, outros fogem-lhe. Via de regra, os primeiros são pessoas extremamente interessantes, que têm por hábito cultivar a melancolia como quem planta sonhos na auto-estrada da vida. O problema é que esses sonhos impedem a livre circulação dos vencedores. Daqueles que não sonham, apenas vivem e lutam e vencem. Esses são os segundos.
Cá para mim, prefiro os primeiros. Também venço de vez em quando, mas não faço disso vida, nem quero. Vencer é proporcionalmente interessante à medida da causa. Se a causa é raquítica, vencer, por mais que nos dê ânimo, não passa da derrota de uma vida vivida sem sentido.
Odes a quem deprime, pois são eles os arautos dos sonhos!

2009-03-01

Liberdade

No outro dia vi um documentário sobre a Dinamarca. Dizia-se que os Dinamarqueses são um povo muito pouco comunicativo, que não falam muito uns com os outros. Dizia-se que, no metro, bastava que uma pessoa se levantasse para que a outra rapidamente se encolhesse de forma a deixá-la passar.
Hoje, acabo de assitir ao festival da canção e, lembrando-me desse documentário, apenas me apetece emigrar...
O que é a liberdade? Francamente não sei, mas que pressupõe respeito e educação, disso não tenho dúvidas.