2010-04-09

É interessante chegar à cama com a cabeça em roda! Em primeiro lugar, porque "em roda" é a força motriz do mundo; em segundo lugar porque, quando menos se espera, a Rosa, essa grande maluca, arredonda a saia; embora nada disso nos interesse por agora, até porque o silêncio se impõe quando nada de interesse se tem para dizer. No entanto, e contrariando o paradigma da utilidade, no esboçar de um texto que se impõe porque sim, cabe dizer, de uma forma peremptória, que o importante é ser feliz! E cabe dizê-lo contrariando aqueles que acham que ser feliz:
  • É chato porque se está estagnado;
  • É bronco porque se está emperdigado;
  • E é boçal porque se está embrutecido...
Nada disso meus caros Antónios e Mairas, nada disso... É bom (ponto); é aquela converseta dos outros das motas (vulgo easy rider); é o que faz despertar a inveja alheia; é a capacidade máxima que se tem para botar sentido na roda que anda à roda... E amanhã é o que se foda, pois foda bem fodida é a que se dá e não é mentida! (óh Aleixo, desculpa a ordinarice...)

E depois vêm os padres a dizer e coiso que o correcto é coiso e existe o mal que é pecado e a indulgência impõem-se e bora lá todos dançar na discoteca que é escura como as trevas e igual ao inferno que se vive porque somos todos importantes para impressionar o mundo com o estatuto (óh palma deixa lá os clichés...).

E faz bem se a coisa for gay, leia-se alegre (sem perdizes nem cartuchos que, por aqui, é-se pacifista), com urros descomprometidos como se todos os dias fossem o hoje que eternamente se lembra por ter sido aquele único (momento dispensa-se porque é implícito) e isto já é escrita automática e dizer de nós faz bem porque sim!
Ãnh?!? Textual, a síntese! Essa coisa de poetas, não é? Dasse...; raios os partam com a mania dos catálogos, que já não leio desde os dias da simbiose em que eles faziam músicas como se fizessem meninos... E porquê, perguntam?; porquê isto?

Porque é lindo e faz uma redoma à volta do menino e é quiloze de mízetíco (leia-se místico), embora, para ser verdadeiro, possa dizer apenas que não tenho sono e as palhinhas do menino para mim só tenham interesse enquanto matéria orgânica, vulgo estrume...

Estou ébrio e contente! Que é como quem diz, não me dói o fígado embora já possa ter dado alguns erros ortográficos, os quais, em consciência, me fazem doer a gastro-coisa. Como, por ora, a consciência está longe de mim (leia-se novamente "estou ébrio"), só amanhã porventura talvez que é como quem diz coiso me doerá a gastro-coisa...

Agora como há muitos anos (tipo o refrão da cantiga):

"A gastro-coisa é uma coisa muito bonita! Nela nascem malmequeres selvagens e se põe o sol ao entardecer. Na gastro-coisa há algas verdes de esperança de uma dia não andar na cadeirinha com a tigela alada a recolher a baba que se me faz pela menina com as carnes firmes e sequiosas dos prazeres que hão-de vir. Como se prestidigitar fosse um meio para alcançar a eterna melancolia PERFEITA com que se sonha (um bocado taradeco agora, diga-se). E a gastro-coisa às vezes dói de doer sentido em fúria (doce, sempre doce), porque é bom o doer da gastro-coisa (ponto).

E com isto adquiri um sem número de expedientes que me fazem ter força para entoar o manguito ao próximo (porque quando não se conta não há desilusões - vai-se aprendendo...) e deliciosamente desfrutar dos aromas da solidão, naquele lugar comum que é desejar ter cabelos brancos e as carnes flácidas (mais do que agora) e encarar tudo isso com a naturalidade de quem entende que a sensualidade está no espírito e a secura de sentimentos é fértil num olhar que se forme espontâneo e natural!

Que é como quem diz: Sereníssimo?, Sapientíssimo? E os outros todos?
Saraband ao mundo, que o Bergman veio cá com esse propósito messiático que ainda escapa aos olhos de alguns!

(E não, não estou irremediavelmente frito nem tenho o fígado a desfazer-se, são só três ou quatro horas por mês e faz bem e quem achar que não faz que se foda)

3 comentários:

Maria disse...

(aplausos)

Maria disse...

... e um beijinho

peterplanepane disse...

Criatura Maria! Quem és tu afinal, que tanto aplaudes actividades circenses?

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