2009-12-28
2009-12-15
eles são tão serenos e reservados,
Quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
Alheios por condição a queixas e fadigas,
Não estão acordados de noite a chorar os seus pecados,
Não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
Nenhum está descontente, nenhum endoideceu com a
mania de possuir bens,
Nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
Nenhum é respeitável ou infeliz para o Universo inteiro.
Walt Whitman
2009-12-11
País, ainda e infelizmente, de "toinos"
Já viste António?!?
Óh António, dá-me um consolozinho se faz favor. Vai lá e fode a gaja caralho! Eu ajudo-te com o processo em tribunal...
She hate me
- Deu ontem na televisão.
- É do Spike Lee.
- Humor fora de série.
- Argumento extraordinário.
- Filme político.
- Fotografia, às vezes, muito boa.
- Recomenda-se.
(ou será que já só consigo gostar de filmes que não são obras primas quando os vejo, por acaso, na televisão?, tipo problemas de expectativas e "cenas"...)
2009-12-09
Insónia
2009-12-06
Luzinhas e coisinhas
Conclusões?
A minha terrinha natal na província plantada gasta mais dinheiro em iluminação de natal do que uma grande capital europeia...
Podria chegar a mais conclusões, mas esta é por si só uma breve resenha sintomática de todas as outras...
A insustentável sustentabilidade do ser
Quando, nos momentos de desnecessidade intelectual, dou comigo a pensar no estado do país, chego a enigmáticas conclusões…
Deparo-me com uma nação em que um terço das pessoas, mediata ou imediatamente, trabalha para o estado, sejam eles funcionários públicos, quadros de institutos públicos, empresas municipais, associações, fundações, ou políticos propriamente ditos.
O outro terço é constituído por alguns “mileuristas”, mão-de-obra qualificada e esclarecida, obrigada a trabalhar o suficiente para não ter tempo de pôr o sistema em causa e a ganhar apenas o quanto baste para alimentar o predecessor terço e as próprias empresas que lhes dão trabalho.
Quanto aos demais, técnicos de construção civil afortunados pelo facto de poderem desfrutar da mine enquanto trabalham, desempregados, pobres e oprimidos, inválidos e reformados…
Haverá talvez uma pequena minoria que produz realmente algo… São eles os operários das empresas cujo tecido económico está desajustado às regras do mercado e, por isso, desempregados em perspectiva. E aqui, naturalmente, incluo os agricultores.
E depois, continuando a gozar das possibilidades que o ócio me traz, uma vez que sou um dos últimos profissionais liberais deste país, minoria nem sequer quantificável, pergunto a mim mesmo:
*Será que o estado pode alimentar o estado?
*Será que um país pode prosperar sem produzir nada?
*Será que amanhã vamos ter o que comer?
À primeira pergunta respondeu-me o valor do actual défice orçamental, à segunda respondeu-me o valor do actual défice da balança comercial e à terceira, quiçá, responder-me-ia o valor do actual défice da pirâmide etária.
No entanto, à cautela, e não querendo acreditar no raciocínio falacioso de quem diz que, como seremos menos, haverá mais para todos, vou-me fiando mais nas palavras de Garcia Marquez e do seu coronel, aquando da pergunta de sua mulher sobre o que iriam comer amanhã:
Comeremos merda meus caros!!!
Ps: Parece que a criminalidade subiu 16% nos últimos dois anos, o que, embora se revelando positivo para o meu labor, uma vez que faço parte dos que não produzem nada, me obriga a retirar uma ilação de tudo isto: Quando as pessoas não tiverem o que comer, ninguém acredite que elas vão trabalhar ou sequer seguir os passos do coronel… Nesse sentido justifica-se uma adenda ao que acabou de se dizer:
Comeremos o que roubarmos meus caros!!! (e não é o que já fazemos?)
2009-11-16
Da democracia

2009-11-05
Cogumelices, que é como quem diz, micologisses...


Quanto a estes, a coisa é bem diferente... Há muitos anos que não via um e, também este ano, há cerca de três dias, vi um par deles... Uma das imagens mais antigas que tenho da infância é a de estar circunspecto a olhar para um "bicho" destes, gigantesco, quase que hipnotizado com a sua beleza. Lembro-me bem do pânico que o meu pai teve quando me encontrou a adorar o dito e de me dizer que aquilo era a coisa mais venenosa que existia. Ainda hoje recordo o exacto local onde ele estava e, de cada vez que lá vou, passa-me essa imagem pela cabeça.
Uma abóbora de respeito
para neles semear a própria vida que morremos
Curiosa a vida (?) de quem não cava nem semeia
Curial o espírito
Cordial'mente'(ira)
2009-11-02
2009-10-15
2009-10-11
Invasão de juncos
Agradecem-se testemunhos que o comprovem ou me internem.
2009-10-01
Carta a um gnú
Ok, já passou..., tá tudo bem... Tudo fofo! Adiante...
A minha bela vida:
-Tenho o carro a fazer um barulho que parece que vai explodir (a verdade é que a situação já se prolonga há 4 meses e o carro continua a andar), sem stress, mesmo à português...
-Ando consumido por ideias de roubar dinheiro ao estado, só hoje a brincadeira já vai em €535 (os dois euros de despesas nã contam, uma vez que, para tal, gastei duas folhas de papel e tinta da impressora...).
-Tenho que acabar o muro de pedra por cima do tanque num futuro muito próximo, senão já planto a vinha e semeio a relva muito tarde.
-Não sei se hei-de ir a Amsterdão em Novembro ou no ano novo, mas a verdade é que já fumava um charro...
-Acabei O Retrato de Dorian Gray do Wilde e comecei O Avesso do Direito do Camus, a seguir leio mais dois do Camus, um do Stig Daggerman e outro do Pacheco e acho que já chega de letras até ao fim do ano...
-Gostei do Cândido pá!
A ver se nos embebedamos, oh fiel leitor e co-escritor deste blog!!! :)
E pronto, está a semipública correspondência feita!
Grande abraço!
Civilização
2009-09-24
Livros antigos
Pensamentos para trincar e digerir
In "O Retrato de Dorian Gray" - Oscar Wilde
"As nações, como os individuos, uma vez reduzidos à pobreza, com difficuldade se subtrahem á escravidão."
In "A agua, compilação dos principaes elementos de geologia para o descobrimento dos mananciaes aquaticos" - D. Santiago Garcia de Mendoza.
Ps: Pode parecer um bocado freak o título do último livro, cuja edição de 1866 adquiri via internet, por um preço proibitivo... Mais freak é a frase nele contida, que encerra demasiada filosofia para um livro técnico. De qualquer modo, vamos vivendo a vida como poetas obreiros e, no espírito de fazer pelas próprias mãos uma mina de água como "os antigos", informamo-nos cientificamente com as suas receitas académicas. E depois? É melhor que gostar de meninos pequeninos!!!
2009-09-23
Cidadania
2009-09-21
Outra vez, Linda de Suza
2009-09-20
2009-09-09
Mim tipo coiso
Hoje não sou o que fui em tempos.
Hoje, não sou eu próprio?
2009-09-04
Vício
2009-09-01
eu fumo chamon de vez em quando. Nunca ando com stresss sou licenciada e tenho muita responsabilidade laboral. A minha mãe coitada anda com anti depressivos agarrada e deprimida. é a vida...as gerações dos 50 andam mergulhadas em comprimidos das farmaceuticas que manipulam o mundo. Já lhe disse para fumar e deixar os anti depressivos.... mas não acredita em mim...só no psiquiatra FDP!"
Bucólica ordinarice...
in: Werther, de J.W. Goethe
Em jeito de comentário, não nego que sinto prazer ao vê-la crescer e engrossar!
2009-08-24
De tão furioso que estava, peguei no Jogador do Dostoiévsky e li-o numa penada, prontinho para o banho às oito da matina.
Recordo uma ideia: É sabido pelas pessoas inteligentes que o cerne da amizade reside exclusivamente na humilhação...
Este Dostoiévsky tem rasgos de pura genialidade. Se fosse o Rui Costa contratava-o já para o Benfica!
2009-08-22
Dos regimes socialistas e da sua génese
Repare no seguinte exemplo:
O trabalhador A demora 2 horas a produzir uma utilidade económica, enquanto que o trabalhador B demora 4. Numa situação destas, aplicando o princípio socializante, digamos assim, que perfilha que cada qual trabalhe consoante as suas capacidades e a cada qual seja atribuído o que lhe impõem as suas necessidades, teremos que:
1- Ambos os trabalhadores trabalharão incessantemente.
2- Mesmo que ao trabalhador A lhe sobre tempo por já ter saciado as suas necessidades terá que continuar a trabalhar para perfazer as dos restantes (os menos produtivos).
3- Mesmo que o trabalhador B não produza o suficiente para fazer face às suas necessidade, as mesmas seriam sempre preenchidas pelo trabalho alheio.
Digamos que, numa sociedade em que o capital seja nacionalizado e em que, digamos, a lei do menor esforço esteja vedada por imperativos sociais, a meritocracia estaria sempre arredada. A não ser que aos mais produtivos se atribuísse uma qualquer condecoração meramente simbólica, obrigando-os ainda assim a dispor do super-avit laboral de que dispõem para satisfazer as necessidades alheias.
De qualquer modo, repare, as definições que aponta de meritocracia, são apenas explanações psicológicas do conceito que, de modo algum, traduzem o seu cerne político, já que é de um regime social que tratamos.
Posto isto, veja mas é se acaba com as suas silvas em 3 ou 4 dias, que eu, por mim, acabaria com elas numa tarde! :)
Grande abraço! :)
2009-08-21
Dito isto, e abandonando os temas papoilo-saltitantes, gostaria de dizer-lhe o seguinte:
Tenho dúvidas que seja uma verdade incontestável que “em regime de liberdade dos mercados, uns e outros vão moderando as suas ambições, por forma a encontrarem um ponto de encontro que torne possíveis as suas compras e vendas”. Precisamente porque se mantém subjacente à sociedade e, quanto a mim, virtualmente indissociável da sociedade, a lei do menor esforço, porventura ligeiramente distinta do princípio hedonista que ao prazer contrapõe o sofrimento e não o trabalho. Ainda assim, na substância estamos de acordo.
E estamos de acordo precisamente porque a lei supracitada, a tal que considero subjacente e eventualmente indissociável da sociedade, está também subjacente a ambos os significados que atribuí ao conceito de meritocracia.
Se quiser, por outras palavras, os significados de meritocracia expostos traduzem por um lado, [1] a vontade da aplicação da meritocracia face à impossibilidade da (desejada) aplicação da lei do menor esforço e, pelo outro, [2] a inconsequente defesa da meritocracia como meio de alinhamento social uma vez que a lei do menor esforço é aplicada mas não pode ser assumida.
Dispenso-me a comentar a sua razão inversa que, confesso, não consigo descodificar.
Quanto à questão bibliográfica, gostaria apenas acrescentar anchovas.
2009-08-20
Meritocracia
2009-08-19

Ontem fui ao cinema com expectativas... saí de lá a entoar mentalmente a música do Marco Paulo... e não foi bom...
2009-08-13
Recordações da adolescência
enunciação não taxativa
-Finalmente faz calor a sério (ena!, que bom que é ser pessoal da segunda quinzena do mês da matrícula amarela!).
-Sinto-me fofo, que é como quem diz, "não percas uns quilos não, que qualquer dia nem com as costas podes...".
-Tenho vontade de acordar cedo e ir trabalhar (coisa que, quase aposto, apenas durará entre 2 dias a 2 semanas...).
O que não mudou a seguir às férias:
-Continua a dar uma série sobre strip na sic.
-Ao contrário do que inicialmente pensara, após ter lido as cidades invisíveis, não me sinto uma pessoa melhor (facto que prestigiditei após a leitura das primeiras dez páginas, ou "que trampa de livreco").
-Vivo num sítio de merda, com pessoas feias e asquerosas, que, de cada vez que dizem algo, me fazem lembrar ornitorrincos regorgitantes, embora, ainda assim, me sinta feliz por, vivendo neste cú do mundo, ter um sítio onde cavar e cultivar os meus enormes tomates!
2009-08-10
2009-07-29
2009-07-27
2009-07-23
Der stand der dinge
2009-07-18
Quizilol evangelista
Primeiro foram os dois jovens Mormons que me abordaram na rua. Recordo-os, de início, sorrisos rasgados, peito esticado, mãos estendidas e um “Boa tarde, o senhor é religioso?”. Disse que não, mas dei-lhes bola. A abordagem é simples: fazem duas ou três perguntas chave, deixam o transeunte falar, direccionam a conversa e presumo que normalmente rematarão com a conclusão previamente estudada. Perguntaram-me sobre o objectivo da vida, sobre a vida para além da morte, sobre a existência de Deus e eu, respondi. Tentei não ser muito maçador mas, tal como se esperava, eles lá acabaram por seguir a sua vida e eu fiquei ligeiramente frustrado por aparentemente não os ter conseguido desevangelizar. Farei melhor com os próximos.
Depois a Manuela Ferreira Leite com o vernáculo da sua educação judaico-cristã. Infelizmente recordo-a… como ela é. A esta não digo nada.
Há uns tempos, um texto de estilo lunático-pedante cuja leitura vivamente vos recomendo: http://portugalcontemporaneo.blogspot.com/2009/07/mais-uma-derrota-do-protestantismo.html .
Por fim, o contacto de um “pastor” indiano.
Dedico-me sobretudo a este último que é, de longe o mais interessante. O e-mail do senhor terá surgido, presumo, devido à categoria profissional que coloquei no perfil do e-blogger – “Pastor”.
Transcrevo:
My sincere Greetings to you in the sweet name of Jesus Christ.
I am very happy to see you in my prayer however we do not know to each other and living in a far away countries.
My name is George Velpula and living at Andhra Pradesh in India. Would you please allow me to share some more words with you?
Once upon a time, I was a Cruel, Thief and misused the Christians and Chain smoker and great sinner but I came to the saving knowledge of God by his grace!
One day a Christian friend forced me to attend a small Christian meeting but I attended unwillingly. There I heard a great message from the Bible (Mark 7:20-23and 2nd. Corin.5:17). I so trembled there by hearing the message and felt that God spoke to me. Then I so became interested to know more about God so I bought a small New Testament and read a many times carefully and realized that I was a great sinner and need to be saved. I found the saviour in the words and confessed all my sins and accepted Jesus Christ into my life then I was baptized by immersion according to the Bible ( Acts 2:38, 41, 8:38-39 and Mark 16:16). And I got great joy which I never had been.
Now God gave me a noble job of preaching the word of God, and winning souls for his kingdom. I am preaching and teaching the word of God to theTribals , Muslims , Hindus and Other back-word communities in the Un-reached areas which do not have Electricity and proper roads. I have no any Travel facilities and I walk several miles every day to preach the word of God.
It is my humble request to you if possible, please do help me to have a small two wheeler (a bicycle or small two wheeler to reach and preach the Good News in more villages every week. it is a only request not command. if you are able kindly do so(Gal.6:9).Have mercy on us You may kindly send your kind hearted gift by Western Union money transfer outlet and when you send please let me know its secret number.
And we are going to bed without food many a times. We trust in God that he will provide for us. Please pray for my poor family and Ministry.
Looking forward to hear from you if possible soon,
Yours sincerely in his wondrous Mission,
George.Velpula
Evangelist.
Já tentei contactar este meu amigo indiano, mas o e-mail veio devolvido. Espero que isso signifique que ele conseguiu a biciclete.
Simpatizei com o senhor e imagino-o pedalando, de miséria em miséria, a tentar fazer pessoas melhores. De vez em quando há-de apetecer-lhe um cigarro, mas isso não interessa - encontrou a melhor droga de substituição.
- Bom dia, os senhores arranjam esquentadores na Charneca?
- Sim senhor. Dê-nos os seus dados e enviamos aí um técnico da sua zona.
- Muito bem, e quais são os preços?
- A deslocação é 30€. Depois é preciso ver que peças é que o esquentador precisa.
- Mas fazem orçamento?
- Nós vamos aí, vemos o que é que ele precisa e acertamos um preço!
- E quanto é que levam à hora?
- 30€
- Portanto são 30€ de deslocação (de um técnico da minha zona) mais 30€ à hora, mais aquilo que o esquentador precisar?
- É isso.
- Então pode dar-me o contacto do técnico da minha zona para acertar as coisas?
- Não, o senhor dá-nos os seus dados todos e o técnico vai aí. O senhor parece que está desconfiado…
- Desconfiado?
- Sim, a gente só vai arranjar um esquentador!
- E muito bem, mas só não quero que o façam sem orçamento.
- Então se calhar é melhor procurar outra pessoa.
- Com certeza que sim. Bom dia.
2009-07-03
2009-07-01
Não tenho nada a dizer sobre isto, apenas divulgo a "vanguarda" da arte portuguesa...
Exposição de 26 de Junho até 17 de Julho.De segunda-feira a sábado, das 13 às 21h.Av. Infante D. Hennrique, Armazém B4, Santa Apolónia
(No dia 17 de Julho, às 20h, no último dia da exposição “6=0″, a FLUR apresentará “Monológo subindo a Torre Eiffel: concerto-conversa-subida”, do mesmo artista. Uma instalação sonora, com 25 minutos, inserida no projecto “Monólogos subindo monumentos que dão para serem subidos a pé”.)

And no one dared to disturb the sound of silence
2009-06-24
Da normalidade
2009-06-23
Personalidades injustiçadas pela historiografia portuguesa - I

E mais não escrevo, senão choro...
2009-06-15
Agora imagine-se que de um tribunal brotasse justiça?!? Ãnh?!? isso é que era um grande facto!!!
2009-06-05
Um Kit para o Rui

2009-06-04
O Bufo
2009-06-03
2009-06-02
Ode à Bufa!
Bufa-te!
Bufa-te bufa que,
quando bufas,
as bufas que bufas
são bufas bufadas
que o bufo não bufa!
Bufa-te bufa!
E bufa-te com vontade,
para que o mundo inteiro,
na tua boçalidade,
possa sentir o cheiro
que a bufa que bufaste primeiro
emanou do que chamaste liberdade!
E bufa-te bufa que bufas!
Bufa o mundo inteiro com vaidade!
Porque a bufa do jornal que bufas,
eufemisticamente associado à nacionalidade,
é mais do que bufa bufada,
mais agreste que a cagada
que vulgarmente bufas
com tamanha veleidade!
O Bufo e o Bufão e o Bufinho e a Bufa




Escrever | Num blog | Coisas fofas

- Dizer que é muito bom fazer uma festinha no lombito do pantufas enquanto ele me enche a mão de saliva.
- Ou então, dissertar acerca do quanto me agrada levar o dedo ao nariz para dele retirar um macaquito bem fofinho que se prendia à respectiva fossa, naturalmente também ela de uma fofura ímpar.
- Penso até que podia falar da agonia que sinto quando coço a axila em público e do perfume almiscarado que a dita verte nos ternurentos dias de verão.
- Sonho inclusivé escrever poemas de amor em cadernos cujas folhas estão timbradas com ursinhos cor-de-rosa de laçarote catita e sorriso cumplice que, de tão fofo, até dói.
Outras vezes, dou comigo sem pensar, pelo que escrevo tamanhas barbaridades a ver se me alembro de alguma coisa de jeito para escrever.
E é bom! (Para quem?)
2009-05-27
É bonita a vida, pensou ele, quando ao fim da tarde olhou para as árvores no horizonte...
2009-05-20
Política de gajo elucidado
Política de falácia (ou humor à boa portuguesa)
Política de mentira
Política de verdade
2009-05-17
O novo quebra nozes

Após uma tarde sentado ao sossego e ao sol, e tendo-me afiambrado a uma boa parte de uma má garrafa de William Lawsons 12 anos de um amigo, não saí à noite com a habitual e disfarçada esperança de que esta pudesse passar pelo incógnito, e acabei por ficar por casa.
Investi no sofá e rodeei-me de um livro, do computador e de papelada de trabalho. Naturalmente que, considerando o contexto etílico e a dormência encefálica daí decorrente, procurei também o comando e a minha escolha acabou por recair sobre a televisão.
Não dei o meu tempo por mal empregue. Assisti a parte de um programa apresentado por uma portuguesa, sobre gente, maioritariamente espanhóis, que dão o melhor de si numa tentativa de deixar marca no mundo. São feitos tão gratificantes para quem os leva a cabo – eles que após uma vida de esforço e dedicação tentam, por fim, estabelecer um recorde na actividade que se especializaram –, como são enriquecedores para quem assiste àquele empenho, ao empenho de homens como nós que sabemos não nos poderem desiludir – eleva-se a humanidade.
Há os que sobem paredes de motorizada, os que partem cocos à supapada, e os que num tanque cheio de água e dentro de uma canoa tentam dar o maior nº de voltas de 360º girando sobre si próprios, ora mergulhando, ora vindo novamente ao de cima.
Aparentemente as especialidades vão surgindo numa base quase diária e, com elas, candidatos sedentos de demonstrar todo o seu potencial e, quiçá, atingir o almejado título passando a pertencer à restrita elite que possui o seu nome inscrito no livro dos records do Guiness.
Foi num desses casos que, de seguida, fixei a minha atenção. Um homem iria tentar estabelecer o 1º recorde para o maior número de nozes quebradas, num minuto, com o rabo.
Após um pequeno período de estupefacção (não deixei que se prolongasse demasiado pois quis permanecer na posse de todas as minhas faculdades para assistir ao que aí vinha) vi um homem, espanhol, de cócoras, um a um, quebrando, sentando-se sobre os referidos frutos, que se encontravam dispostos no chão numa linha aparentemente tão interminável como o minuto em que tudo isto decorreu.
Exausto e exangue, o senhor, espanhol, terminou a prova, tendo sido validado pelo júri o tremendo número de 33 (trinta e três) nozes quebradas com a pélvis. O homem conseguiu e eu jubilei com o feito.
Pertenço àquela espécie provavelmente em vias de extinção, que possui apenas três canais sintonizados na televisão e uma outra coisa qualquer na 4ª posição da grelha. Penso, portanto, de forma cada vez mais séria aderir a um dos pacotes que, por apenas algumas dezenas de euros fornecem outros tantos canais conteúdos eventualmente tão apelativos como aqueles a que assisti. Estou a par da boa qualidade da programação (o programa de hoje ajudou a reforçar esta minha convicção) mas ainda assim acredito que devo manter a fasquia elevada. Sou assim. É uma questão de princípio.
Sou exigente no que vejo e fiquei saciado com aquilo a que hoje assisti. Ainda assim acredito que até nestes casos há margem para melhoria. E teria sido quase perfeito se o programa tivesse sido difundido ao som de uma suite de Tchaikovsky.
A neura do mês
2009-05-09
Um dia, ao descer as escadarias da Piazza di Spagna, vestido de Kilt debruado de caroços de azeitona, com um padrão orgânico-fertilizante, ergueu bem alto o seu ceptro que, ao que todos diziam, exercia nos demais uma desmesurada capacidade hipnótica. Ao erguer o zingarelho rumo aos céus, as abóbodas celestes formaram um enigmático escrito que, principiando por ser turvo, rapidamente se materializou nas letras C-O-O-L-P-O-W-E-R. Sinteticamente, foi assim que, desse dia em diante, todos passaram a chamá-lo DEUS...
Efectivamente, em meados do terceiro milénio, a civilização que sempre conheceramos, sofreu uma forte e dramática mudança de enquadramento. Pela primeira vez na história dos mass-media, Deus estava vivo, usava um kilt e aparecia na televisão.
Pontualmente, ainda na primeira década do citado milénio, havia um indivíduo que escrevia umas patacoadas num blog, de forma a poder curar as insónias, pelo que ninguém lia os seus textos, por demais escusados, aliás...
Interessante seria entender o razoável nexo entre todas estas coisas. Repare-se, por exemplo, nos anéis de Saturno, essas deliciosas formas com as quais a natureza nos presenteou. Aliás, sejamos ousados: Alvanel! Gritemos alvanel rumo ao infinito como quem diz aleluia!!!
Paralelamente, o leitor menos atento, repara agora que o presente escriba o goza de forma hiperbólico-dadaísta, exercitando um pouco os músculos dos dedos, com vista ao sádico prazer de queimar as pestanas alheias em vão ...
Mas sejamos mais arrojados e tenhamos a coragem de nos despirmos e corremos para a varanda. Abanemos o pindricalho rumo aos céus e efusivamente gritemos em alto e bom som a palavra hematoma! Esperemos a resposta de uma pomba, que certamente virá em nosso auxílio com uma compressa em bico posta.
Não é bom?!? Claro que é!
2009-05-07


2009-04-29
2009-04-27
Um dia destes ponho-os a andar... Nem o facto de olhar para eles com sentimentos misericordiosos me impedirá de o fazer... É a tal "cena" dos pobres de espírito...
2009-04-17
As origens da coisa
a pensar não sei em quê
fiquei assim não sei como
a chorar não sei porquê
2009-04-09
Cinéfilos
2009-04-02
2009-03-18
Estou feliz!
2009-03-16
Sondagem
2009-03-11
O que é não volta a ser (ou algo que o valha)
2009-03-08
Pedaços de diário (ébrio assim mai ou menos)
2009-03-05
2009-03-04
Vida de reis na Polónia
2009-03-02
2009-03-01
Liberdade
2009-02-27
Albardas e selins
Puta que os pariu a todos! Labregos, verdadeiramente boçais!
com grito que chama por ti
Reflexo que não sinto
que não tem cor
Prisma que foras na leveza
do ondulante eco
esvoaçante no murmúrio do horizonte
Incolores são as formas fuscas
da interrompida reciprocidade
Lá longe há um mar que cintila
que reflecte cores invisíveis
no daltonismo da alma errante
na mordaça da mágoa distante
Lá longe ninguém
nada
prece profanada
afogam-se cores num vintém
Filantropia
2009-02-25
Do que gosto na Natureza
Para além de serem verdadeiros sobreviventes, os sobreiros têm formas inigualavéis. Este ano já salvei uns quantos e plantei outros mais. Vou continuar! :)
2009-02-23
Enchidos gourmet - A sequela
