2009-12-28
2009-12-15
eles são tão serenos e reservados,
Quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
Alheios por condição a queixas e fadigas,
Não estão acordados de noite a chorar os seus pecados,
Não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
Nenhum está descontente, nenhum endoideceu com a
mania de possuir bens,
Nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
Nenhum é respeitável ou infeliz para o Universo inteiro.
Walt Whitman
2009-12-11
País, ainda e infelizmente, de "toinos"
Já viste António?!?
Óh António, dá-me um consolozinho se faz favor. Vai lá e fode a gaja caralho! Eu ajudo-te com o processo em tribunal...
She hate me
- Deu ontem na televisão.
- É do Spike Lee.
- Humor fora de série.
- Argumento extraordinário.
- Filme político.
- Fotografia, às vezes, muito boa.
- Recomenda-se.
(ou será que já só consigo gostar de filmes que não são obras primas quando os vejo, por acaso, na televisão?, tipo problemas de expectativas e "cenas"...)
2009-12-09
Insónia
2009-12-06
Luzinhas e coisinhas
Conclusões?
A minha terrinha natal na província plantada gasta mais dinheiro em iluminação de natal do que uma grande capital europeia...
Podria chegar a mais conclusões, mas esta é por si só uma breve resenha sintomática de todas as outras...
A insustentável sustentabilidade do ser
Quando, nos momentos de desnecessidade intelectual, dou comigo a pensar no estado do país, chego a enigmáticas conclusões…
Deparo-me com uma nação em que um terço das pessoas, mediata ou imediatamente, trabalha para o estado, sejam eles funcionários públicos, quadros de institutos públicos, empresas municipais, associações, fundações, ou políticos propriamente ditos.
O outro terço é constituído por alguns “mileuristas”, mão-de-obra qualificada e esclarecida, obrigada a trabalhar o suficiente para não ter tempo de pôr o sistema em causa e a ganhar apenas o quanto baste para alimentar o predecessor terço e as próprias empresas que lhes dão trabalho.
Quanto aos demais, técnicos de construção civil afortunados pelo facto de poderem desfrutar da mine enquanto trabalham, desempregados, pobres e oprimidos, inválidos e reformados…
Haverá talvez uma pequena minoria que produz realmente algo… São eles os operários das empresas cujo tecido económico está desajustado às regras do mercado e, por isso, desempregados em perspectiva. E aqui, naturalmente, incluo os agricultores.
E depois, continuando a gozar das possibilidades que o ócio me traz, uma vez que sou um dos últimos profissionais liberais deste país, minoria nem sequer quantificável, pergunto a mim mesmo:
*Será que o estado pode alimentar o estado?
*Será que um país pode prosperar sem produzir nada?
*Será que amanhã vamos ter o que comer?
À primeira pergunta respondeu-me o valor do actual défice orçamental, à segunda respondeu-me o valor do actual défice da balança comercial e à terceira, quiçá, responder-me-ia o valor do actual défice da pirâmide etária.
No entanto, à cautela, e não querendo acreditar no raciocínio falacioso de quem diz que, como seremos menos, haverá mais para todos, vou-me fiando mais nas palavras de Garcia Marquez e do seu coronel, aquando da pergunta de sua mulher sobre o que iriam comer amanhã:
Comeremos merda meus caros!!!
Ps: Parece que a criminalidade subiu 16% nos últimos dois anos, o que, embora se revelando positivo para o meu labor, uma vez que faço parte dos que não produzem nada, me obriga a retirar uma ilação de tudo isto: Quando as pessoas não tiverem o que comer, ninguém acredite que elas vão trabalhar ou sequer seguir os passos do coronel… Nesse sentido justifica-se uma adenda ao que acabou de se dizer:
Comeremos o que roubarmos meus caros!!! (e não é o que já fazemos?)