2009-12-28

Um feliz Natal a todos os Antónios e Marias deste mundo! :)

2009-12-15

Penso que podia modificar-me e viver com os animais,
eles são tão serenos e reservados,
Quando me detenho a contemplá-los demoradamente,
Alheios por condição a queixas e fadigas,
Não estão acordados de noite a chorar os seus pecados,
Não me incomodam a discutir os seus deveres para com Deus,
Nenhum está descontente, nenhum endoideceu com a
mania de possuir bens,
Nenhum se ajoelha perante outro, nem perante
antepassados que viveram milhares de anos antes dele,
Nenhum é respeitável ou infeliz para o Universo inteiro.

Walt Whitman
querezz ber, querezz?

Atão bota a zportb!

2009-12-11

País, ainda e infelizmente, de "toinos"

Óh António! Imagina que te deitas às 7 da manhã e acordas às 9 e meia; que abres os olhos como se as pálpebras, entre elas, tivessem um fecho; que ligas a televisão e encontras isto, que vês isto com o entusiasmo de quem viaja ao Portugal profundo do tempo da outra senhora; que desligas a televisão e, após o banho, vais trabalhar.

Já viste António?!?

Óh António, dá-me um consolozinho se faz favor. Vai lá e fode a gaja caralho! Eu ajudo-te com o processo em tribunal...

She hate me

  • Deu ontem na televisão.
  • É do Spike Lee.
  • Humor fora de série.
  • Argumento extraordinário.
  • Filme político.
  • Fotografia, às vezes, muito boa.
  • Recomenda-se.

(ou será que já só consigo gostar de filmes que não são obras primas quando os vejo, por acaso, na televisão?, tipo problemas de expectativas e "cenas"...)

2009-12-09

Insónia

Vais para a cama, apagas a luz, tentas dormir, não paras de pensar, discursas sozinho, acendes a luz, apagas a luz, fumaste uns charros, não devias, não paras de pensar, rodopias na cama, bates com o cotovelo na mesa de cabeceira, entornas o copo, acendes a luz, a água cai na ficha, não tens nada ligado na ficha, olhas para a ficha, percebes a ficha, empuras a ficha para o lado com um pedaço de madeira, não é condutor, pensas, mas pode sê-lo, alvitras, olhas para a ficha, cismas com a ficha, deixas-te hipnotizar pela ficha e, quando tudo acaba, ligas o computador na ficha e escreves esta merda.

2009-12-06

Luzinhas e coisinhas

Acabei de chegar à minha terrinha natal na província plantada, vindo de uma grande capital europeia.

Conclusões?

A minha terrinha natal na província plantada gasta mais dinheiro em iluminação de natal do que uma grande capital europeia...

Podria chegar a mais conclusões, mas esta é por si só uma breve resenha sintomática de todas as outras...

A insustentável sustentabilidade do ser

Quando, nos momentos de desnecessidade intelectual, dou comigo a pensar no estado do país, chego a enigmáticas conclusões…
Deparo-me com uma nação em que um terço das pessoas, mediata ou imediatamente, trabalha para o estado, sejam eles funcionários públicos, quadros de institutos públicos, empresas municipais, associações, fundações, ou políticos propriamente ditos.
O outro terço é constituído por alguns “mileuristas”, mão-de-obra qualificada e esclarecida, obrigada a trabalhar o suficiente para não ter tempo de pôr o sistema em causa e a ganhar apenas o quanto baste para alimentar o predecessor terço e as próprias empresas que lhes dão trabalho.
Quanto aos demais, técnicos de construção civil afortunados pelo facto de poderem desfrutar da mine enquanto trabalham, desempregados, pobres e oprimidos, inválidos e reformados…

Haverá talvez uma pequena minoria que produz realmente algo… São eles os operários das empresas cujo tecido económico está desajustado às regras do mercado e, por isso, desempregados em perspectiva. E aqui, naturalmente, incluo os agricultores.

E depois, continuando a gozar das possibilidades que o ócio me traz, uma vez que sou um dos últimos profissionais liberais deste país, minoria nem sequer quantificável, pergunto a mim mesmo:
*Será que o estado pode alimentar o estado?
*Será que um país pode prosperar sem produzir nada?
*Será que amanhã vamos ter o que comer?

À primeira pergunta respondeu-me o valor do actual défice orçamental, à segunda respondeu-me o valor do actual défice da balança comercial e à terceira, quiçá, responder-me-ia o valor do actual défice da pirâmide etária.
No entanto, à cautela, e não querendo acreditar no raciocínio falacioso de quem diz que, como seremos menos, haverá mais para todos, vou-me fiando mais nas palavras de Garcia Marquez e do seu coronel, aquando da pergunta de sua mulher sobre o que iriam comer amanhã:
Comeremos merda meus caros!!!

Ps: Parece que a criminalidade subiu 16% nos últimos dois anos, o que, embora se revelando positivo para o meu labor, uma vez que faço parte dos que não produzem nada, me obriga a retirar uma ilação de tudo isto: Quando as pessoas não tiverem o que comer, ninguém acredite que elas vão trabalhar ou sequer seguir os passos do coronel… Nesse sentido justifica-se uma adenda ao que acabou de se dizer:
Comeremos o que roubarmos meus caros!!! (e não é o que já fazemos?)