2010-01-31

Pensamentos de homem dos bosques II

"Até o filósofo chinês tinha saber suficiente para considerar o indivíduo como a base do império. Será a democracia, tal como a conhecemos, o último melhoramento possível do acto de governar? Não será possível dar-se mais um passo no reconhecimento e na organização dos direitos do homem? Não haverá estado realmente livre e esclarecido, enquanto o estado não reconhecer o indivíduo como poder suerior e independente (do qual deriva todo o poder e autoridade que o estado detém) e enquanto não o tratar como tal. Dá-me prazer imaginar um estado que possa finalmente fazer inteira justiça aos homens e tratar os indivíduos com respeito, como os vizinhos entre si. Sem se convencer de que atentam contra a sua tranquilidade os homens que dele se distanciam, os que não se intrometem nos problemas dele, os que não se deixam dominar por ele, os que cumprem todos os deveres da boa vizinhança e da boa camaradagem. Um estado que fosse capaz de produzir esse fruto e concordasse em deixá-lo cair no chão assim que ele estivesse maduro abriria caminho a um outro estado ainda mais perfeito e glorioso, que eu por sinal também já imaginei, mas que ainda não encontrei em parte alguma."
In: "A desobediência civil" de Henry David Thoreau
Serve a presente citação para evidenciar que, de facto, a anarquia e o liberalismo enquanto sistemas políticos estão extremamente próximos. Talvez a anarquia seja uma espécie de "liberalismo ético", ou o liberalismo uma espécie de "anarquia ética". De qualquer modo, que se foda isso, porque hoje há ídolos na sic...

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