2010-07-06

Bacorada

Mais importante do que saber se o Ronaldo é pai ou não, se valeu alguma coisa como jogador de futebol durante o mundial, se o Queirós é ou não uma besta, ou se o Moutinho vale ou não 11 milhões de euros; mais importante ainda do que saber se o Ruben Michael, côsa má linda da mãe, vai ou não ser queimado como jogador;
Mais importante que tudo isso, é discorrer sobre as minhas experiências no reino dos bácoros! E atenção que não deixei de tomar banho, não é isso... Com efeito, e por mero acaso do destino, para além de, ultimamente, ter como vizinhas uma série de raposas e raposinhos, algo mais me tem perturbado que o mero latir desses sinistros bichos.
Ora eu, que, de certa forma, ainda adopto alguns costumes dignos de sua eminência, o Sr. de Neanderthal, de há uns tempos para cá vinha fazendo o esforço de me tornar uma pessoa civilizada, separando o lixo orgânico do demais, e enterrando o primeiro em copiosas covas por mim escavadas à enxada. Pensava eu (e aqui se afere a minha qualidade de pretenso homo sapiens) que, ao levar a cabo tão nobre actividade, reduziria o volume de lixo doado ao estado e, simultaneamente, contribuiria para o acréscimo de fertilidade do solo que, boçalmente, vou persistindo em trabalhar...
No entanto, quase que por magia, todas essas feridas por mim infligidas na terra (esta foi de poeta), apareciam, passados uns dias de terem sido escavadas, revolvidas e destituídas de todo o conteúdo orgânico que nelas depositara...
Persistindo naquilo que me aproxima do vulgar povinho e usando do saber que os ditos populares transportam e o Sr. de La Fontaine tratou de tornar erudito, passei a cojitar, às três pancadas e sem nada em que me pudesse apoiar, que a culpa era da raposa, esse maldito ser que, dissimuladamente, vai espalhando o mal pelas aldeias.
No entanto, e após um breve contacto com cerca de dez javalis bebés, occorido por volta das dez da noite de domingo passado, logo me apercebi que a culpa não era da raposa, mas sim do bacorinho.
Pelo que, entusiasticamente, aceitei esse facto com naturalidade, e, mais do que me considerar um bísaro, sou agora um bísaro no meio dos bácoros.
Dêem-me pérolas que hão-de ver o que lhes faço! :)

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