2009-04-29

Tinha uma forma peculiar de ver as coisas, a qual o deixava sempre extrair prazer das mais variadas circunstâncias. Sentia as coisas ao âmago e, quando estava feliz, não estava só por estar, era como que um brilho radioso lhe jorrasse da alma. Caía facilmente em depressão e dela retirava um gozo masoquista, melancolia soturna que também lhe inundava o espírito. Hoje, vê as coisas de outro modo. Não sente, nem a alegria, nem a tristeza. Como que está vazio num desespero sem sentido, abandonado que foi pelo privilégio do júbilo, como da dor. E vai-se perdendo lentamente, sem sentido que não sente. Vai desvanecendo aos poucos no que nada lhe interessa, sem sentido, nem vagar, nem pressa.

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