Esta coisa é um livro que recordo das estantes da minha casa desde que me lembro de existir; esta coisa foi por mim folheada várias vezes ao longo da vida; esta coisa foi a obra (desculpem o eufemismo) que formou (desculpem novamente o eufemismo) sexualmente muitas pessoas da geração dos meus pais; esta coisa, acrescento, bem poderia (caso eu não fosse um indivíduo dado à mundividência e ao empirismo) ter comprometido seriamente as minhas possibilidades de ser uma criatura feliz...
Nesta coisa há pérolas, a saber:
- O escorrimento vaginal de uma mulher é facilmente evitável tendo certos cuidados, tais como não pôr os pés no chão frio (que isto de uma pessoa se lavar é para meninos);
- Uma mulher que queira ser feliz deve casar com um homem que não seja bêbedo e um homem que queira ser feliz não deve casar com uma mulher que não saiba cozinhar;
- Não ejacular dentro da vagina de uma mulher é uma prática bastante desaconselhada, até porque o supremo objectivo do sexo será sempre a procriação.
- O coito interrompido é, por si só, nefasto. É como assistir a uma peça de violino em que, na nota final, o músico parte o arco, o que sem dúvida deixaria no espectador um grande amargo de boca.
Tudo isto são ideias que recordo vagamente, até porque nunca tive a coragem de retirar este evangelho do púlpito em que sempre o vi. Mas desde já prometo que, um dia destes, citarei em directo para este blog os textos sagrados.
Até lá, uma última questão:
Esta coisa merece ser lida, mesmo que na televisão esteja a dar o programa dos gato fedorento?
Claro que sim! Esta coisa, para lá de conter pérolas é, ela própria, uma ostra!
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