2009-02-13

O Zé

O Zé foi ao banco comprar dinheiro barato para depois o vender por caviar caro. Comia sempre caviar caro quando tinha visitas em casa, às colheradas de sopa, dizia-se nas redondezas. Um dia o Zé ficou mal do estômago. Sentia uma excrescência no abdómen da qual se poderiam retirar belos folheados. Mas o caviar sabia-lhe bem, sabia-lhe a sal, como aliás sabe todo o caviar. O Zé, no Natal, não comia couves, comia bróculos, que é como quem diz, comia couves que sabiam menos a couves que as couves, mas folheavam bem melhor o aspecto do prato. O Zé anda na rua com um mercedes. O Zé deve a vida ao banco, mas come caviar. O Zé é dono de si? Claro que sim, o Zé é o verdadeiro maior da sua aldeia! Isto porque os míudos, ao crescer, todos dizem em uníssono: um dia quero ser como o Zé! A propósito disso, a minha mãe teve um cabrito de estimação em miúda, chamava-se Zé-Zé!

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