2010-07-06
Bacorada
2010-05-25
Lagarto de água
2010-05-13
Pois bem, hoje recebi esta alegre missiva por carta endereçada à minha morada e à minha pessoa, com selo e tudo, vinda fresquinha da África do sul...
Que bonito! (que isto anda)
2010-05-11
Papa a papa (cerelac?) erghhh...
2010-05-05
Do sobrenatural
2010-04-27
2010-04-14
Carícias Malícias
Saí do purgatório, fardado a rigor como em qualquer outro dia, e já em Lisboa sequestrei a casa de um amigo para trocar de roupa e me parecer ligeiramente mais com um ser humano.
Deixei o carro estacionado, fumei e antecipei coisas más pelo caminho, e acabei por chegar à praça onde tínhamos combinado o encontro.
Eu e os meus colegas de curso fazemos isto frequentemente. Combinamos uma jantarada (eles, mais resolutamente do que eu), bebemos uns copos (eu, em menor medida do que eles), queixamo-nos um pouco do trabalho, recordamos momentos dos antigamentes, insultamos os que não apareceram e procuramos um sítio para prolongar a noite.
Desta vez, a escolhida foi uma caixa de música no Cais do Sodré, onde um dj aparentemente meritoso, passava a música que havia de extasiar o resto da troupe e de me obrigar a mim, por fim, a recorrer ao álcool. Nestas alturas os copos servem dois propósitos: o da tolerância psicológica e o da intermitência física. O primeiro, toda a gente já o experimentou em alturas de menor predisposição para o que está a acontecer à nossa volta – bebe-se um pouco e, se a coisa der para o lado certo, ainda acabamos por nos rir um pouco. O segundo, é particularmente útil nos períodos em que os risos e sorrisos teimam em não surgir e se vai queimar uns minutos até a um bar apinhado – aparece-se e desaparece-se de ao pé dos foliões e espera-se que o próximo copo seja finalmente capaz de alinhar os espíritos.
Mas foi assim o resto da noite e o álcool pouco ajudou. Muita música má, muito bailarico e pouco estímulo.
Acabei por fazer as despedidas e decidi meter-me a caminho do cacilheiro, pois ainda que o meu espírito não estivesse alinhado com o dos meus parceiros, não o estaria certamente o da polícia.
Tirei bilhete, sentei-me na sala à espera do embarque, tirei umas fotos com o telemóvel e assisti durante meia hora às coreografias das gentes jovens da margem sul, até que os portões se abriram desimpedindo o acesso ao cais – aguardei um pouco, deixando passar em primeiro lugar os mais impacientes e saltitões, e levantei-me com o último terço da manada.
Estava no início da descida, caminhando em paço lento e vazio, quando senti uma mão acariciando-me a nuca. Em décimos de segundo pensei poder tratar-se de alguém meu conhecido com instintos furtivos e um desejo ardente; de um desconhecido que me tivesse confundido com o alvo da sua líbido; ou, mais provavelmente, de um rapaz com aspecto jovial à procura de alguém para uma sessão de estalada antes de ir dormir.
Foi esse o tempo que demorei a direccionar a minha cabeça e a encarar, por fim, uma grande negra que me olhava atentamente.
- Então,? gostas de mim? - perguntei com entoação querida e dengosa.
- Acho-te engraçado… - respondeu, não devendo nada ao meu afecto.
E assim fomos os dois, de braço dado, passo lento, descendo a rampa até ao barco que nos aguardava.
E não é que foi o melhor diálogo da noite?
2010-04-11
2010-04-09
- É chato porque se está estagnado;
- É bronco porque se está emperdigado;
- E é boçal porque se está embrutecido...
E depois vêm os padres a dizer e coiso que o correcto é coiso e existe o mal que é pecado e a indulgência impõem-se e bora lá todos dançar na discoteca que é escura como as trevas e igual ao inferno que se vive porque somos todos importantes para impressionar o mundo com o estatuto (óh palma deixa lá os clichés...).
Porque é lindo e faz uma redoma à volta do menino e é quiloze de mízetíco (leia-se místico), embora, para ser verdadeiro, possa dizer apenas que não tenho sono e as palhinhas do menino para mim só tenham interesse enquanto matéria orgânica, vulgo estrume...
Agora como há muitos anos (tipo o refrão da cantiga):
E com isto adquiri um sem número de expedientes que me fazem ter força para entoar o manguito ao próximo (porque quando não se conta não há desilusões - vai-se aprendendo...) e deliciosamente desfrutar dos aromas da solidão, naquele lugar comum que é desejar ter cabelos brancos e as carnes flácidas (mais do que agora) e encarar tudo isso com a naturalidade de quem entende que a sensualidade está no espírito e a secura de sentimentos é fértil num olhar que se forme espontâneo e natural!
2010-04-06
http://www.ted.com/talks/lang/por_br/chimamanda_adichie_the_danger_of_a_single_story.html
2010-04-02
2010-03-26
2010-03-08
2010-03-05
Mulheres fogem nuas após roubar estrume
As duas invadiram a fazenda na noite da última quarta-feira, dia 25, e começaram a encher meias com estrume. No entanto, uma delas escorregou enquanto recolhia o material.
"Uma delas escorregou no tanque de estrume, direto no lixo das vacas. Ela precisou da ajuda da companheira", disse um porta-voz da polícia local.
Após o acidente, elas teriam abandonado as roupas. "Nós encontramos as roupas em um descampado. Aparentemente, uma delas fugiu totalmente nua e a outra estava com as roupas íntimas".
De acordo com as autoridades, não está claro se o roubo tem ligação com as comemorações da vitória da Alemanha pela Eurocopa no mesmo dia.
- Duas mulheres fugiram nuas;
- após terem roubado estrume;
- Mais, pretendiam usar os referidos excrementos na fabricação de bombas.
Estão a ver onde quero chegar? Ainda não?
(Irra que o leitor é burro!) Mais um bocadinho:
- Houve uma delas que escorregou enquanto recolhia o material;
- Ao passo que a outra teve que a ajudar;
- Após o que terão abandonado as roupas;
- Havendo o justo receio de que todo o imbróglio se devesse à comemoração de um jogo de futebol.
Já perceberam ou é preciso fazer um desenho? Ainda não?
Tudo bem, se não perceberam quer dizer que ainda mantêm alguma lucidez... Este post não passava, enfim, de um teste à saude mental dos leitores do blog...
2010-03-04
É só fumaça
E eu, naturalmente, tive um súbito desejo de inutilizar alguns minutos do meu tempo tentando lembrar-me que grupos de assalariados não têm recorrido a esse instrumento. De vez em quando gosto de fazer destas coisas - nada melhor do que uma série de elaborações espúrias para desentupir a canalização. Não é que faça questão em ser artista, mas lá dizia o Torcuato Luca de Tena que "el arte es la ciencia de lo inútil", e portanto lá terei os meus méritos. Tê-lo-ei eu, como o terão algumas centenas de pessoas que fazem da assembleia da república a maior galeria de arte do país.
Verborreia aparte, foi precisamente isto que me levou a lembrar-me da classe política e de que já lá vão uns bons 35 anos desde que um primeiro-ministro português levou um governo a suspender-se a si próprio. E eu, que estou convencido de que estamos tão carentes de mais políticos profissionais como de abcessos, dei-me ao trabalho de ir buscar um filmeco de outros tempos.
Dizia o homem qualquer coisa do género: “Se os funcionários públicos fazem greve ao trabalho, o governo faz greve aos funcionários públicos” – ora embrulhem lá.
São pérolas minha gente! São pérolas!
Almirante Pinheiro de Azevedo, primeiro-ministro de Portugal em pleno PREC. Um estranho homem que não apreciava ser sequestrado.
2010-03-03
Esta coisa
Esta coisa é um livro que recordo das estantes da minha casa desde que me lembro de existir; esta coisa foi por mim folheada várias vezes ao longo da vida; esta coisa foi a obra (desculpem o eufemismo) que formou (desculpem novamente o eufemismo) sexualmente muitas pessoas da geração dos meus pais; esta coisa, acrescento, bem poderia (caso eu não fosse um indivíduo dado à mundividência e ao empirismo) ter comprometido seriamente as minhas possibilidades de ser uma criatura feliz...
Nesta coisa há pérolas, a saber:
- O escorrimento vaginal de uma mulher é facilmente evitável tendo certos cuidados, tais como não pôr os pés no chão frio (que isto de uma pessoa se lavar é para meninos);
- Uma mulher que queira ser feliz deve casar com um homem que não seja bêbedo e um homem que queira ser feliz não deve casar com uma mulher que não saiba cozinhar;
- Não ejacular dentro da vagina de uma mulher é uma prática bastante desaconselhada, até porque o supremo objectivo do sexo será sempre a procriação.
- O coito interrompido é, por si só, nefasto. É como assistir a uma peça de violino em que, na nota final, o músico parte o arco, o que sem dúvida deixaria no espectador um grande amargo de boca.
Tudo isto são ideias que recordo vagamente, até porque nunca tive a coragem de retirar este evangelho do púlpito em que sempre o vi. Mas desde já prometo que, um dia destes, citarei em directo para este blog os textos sagrados.
Até lá, uma última questão:
Esta coisa merece ser lida, mesmo que na televisão esteja a dar o programa dos gato fedorento?
Claro que sim! Esta coisa, para lá de conter pérolas é, ela própria, uma ostra!
2010-02-25
;as desilusões
;as consagrações
;as penitências
se fosse, só e apenas, o filho da puta do instante...!
2010-02-24
2010-02-22
2010-02-12
Medocracia
http://www.publico.pt/Sociedade/um-suicidio-no-trabalho-e-uma-mensagem-brutal_1420732
2010-02-01
2010-01-31
Aviso à navegação
Bom senso
In: "Caim" de José Saramago